sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

31/01/2014 - 13:53

31/01/2014 - 13:53 IGP-M cede em janeiro auxiliado pelos preços agrícolas Valor Econômico O fim do efeito dos reajustes de combustíveis concedidos em novembro e um comportamento mais favorável das matérias-primas agrícolas levaram a inflação de janeiro a um patamar mais comportado, que deve ser mantido no começo de ano, com uma pressão menor por parte dos alimentos. A avaliação é de Salomão Quadros, superintendente-adjunto de inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Calculado pela FGV, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) cedeu de 0,60% em dezembro para 0,48% no primeiro mês do ano, pouco abaixo das expectativas do mercado. O resultado foi influenciado principalmente pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) agrícola, que saiu de aumento de 0,75% na medição passada para deflação de 0,89% na atual. Incluindo-se os produtos industriais, o IPA total - que representa 60% do indicador geral - reduziu sua alta de 0,63% para 0,31% na passagem mensal. Ao recuarem de 2,61% para 1,32% entre dezembro e janeiro, os combustíveis no atacado ajudaram a conter o IGP-M, mas a maior contribuição partiu das matérias-primas brutas agropecuárias. Este subgrupo, que havia avançado 1,42% em dezembro passado, caiu 0,64% em janeiro, variação que teve impacto negativo de 0,49 ponto percentual no IPA. Segundo Quadros, o recuo nas cotações de soja explicou boa parte desse movimento: a commodity caiu 5,38%, após ter subido 2,20%. Para Quadros, o cenário parece tranquilo para a produção de grãos neste início de ano, com perspectivas de boas safras domésticas e também internacionais. "A contribuição desinflacionária das matérias-primas agrícolas é uma boa notícia e muito importante para se desenhar o cenário de inflação para este ano, depois de um período conturbado com dois anos de inflação de alimentos muito pressionada no varejo", disse o economista. Ele também observou que outros produtos agropecuários estão em desaceleração no atacado, como aves (1,64% para 0,24%), leite in natura (-2,87% para -6,84%), milho (5,93% para 3,27%) e laranja (11,20% para 4,16%). Já o trigo diminuiu sua retração de 8,96% para 2,95%, entrando no seu terceiro mês seguido de deflação. Como explicação para o forte alívio dos alimentos ao produtor não ter chegado em igual intensidade no varejo, Quadros mencionou que a soja, que representa mais de um terço das matérias-primas agropecuárias, tem influência imediata pequena sobre a alimentação ao consumidor. Excluindo-se este grão, o economista calculou que a inflação das matérias-primas agropecuárias foi de 0,88% em janeiro, variação que considerou como o início de um processo de "descompressão" ainda incipiente e que, por isso, ainda não foi observado no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Com peso de 30% no IGP-M, o IPC subiu de 0,69% para 0,87% entre dezembro e janeiro, puxado pelo aumento de 0,65% para 2,92% no grupo educação, leitura e recreação. Pela metodologia da FGV, os reajustes de mensalidades escolares têm impacto sobre a inflação no primeiro mês do ano. Já o grupo alimentação teve uma leve alta no período, ao passar de 0,94% para 1,06%.

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