sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Regiões produtoras de algodão em MT tem acesso a sistema para pragas
Regiões produtoras de algodão em MT tem acesso a sistema para pragas
31/01/2014 13:59
Desde a safra passada (2012/13), os cotonicultores de Mato Grosso contam com uma ferramenta inovadora no combate a algumas lagartas incluídas entre as principais pragas das lavouras de algodão, como Helicoverpa spp. e Chrysodeixis includens, mais conhecida como lagarta-falsa-medideira. Trata-se do Sistema de Alerta de Pragas Emergentes (SAP-e), uma iniciativa do Instituto Mato-grossense do Algodão (IMAmt) concretizada graças a um financiamento do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), com o objetivo de validar um sistema de alerta aos cotonicultores sobre a incidência de mariposas-praga que transitam no sistema de produção de grãos e fibra de Mato Grosso.
Na safra 2012/13, as armadilhas (do tipo luminosa e Delta) do SAP-e foram instaladas em seis fazendas produtoras de algodão nas regiões Sul (Rondonópolis e Serra da Petrovina), Centro (Campo Verde) e Centro Leste (Primavera do Leste). Após a fase inicial de validação, o SAP-e está implantado agora em todas as regiões produtoras de algodão do estado, com a realização de monitoramento em 36 fazendas na safra 2013/14.
"As informações de captura de mariposas de lepidópteros-praga pelas armadilhas resultam em uma previsão de possíveis infestações ou surtos dessas pragas nas lavouras em uma determinada região, favorecendo a elaboração de estratégias de manejo a serem adotadas pelos produtores", explica o pesquisador Miguel Soria, entomologista do (IMAmt). Segundo o idealizador do projeto, as informações levantadas a partir do SAP-e poderão ainda ser utilizadas para confirmação da eficácia das tecnologias Bt cultivadas na região, uma vez que a captura de mariposas apresenta correlação com a incidência de posturas (ovos) e lagartas nas lavouras.
O monitoramento da safra 2013/14 começou em meados de dezembro passado e os primeiros resultados serão informados aos produtores associados à Ampa (Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão), por meio de um informativo periódico, que trará dados atualizados de captura das espécies monitoradas nas armadilhas, com breves comentários sobre os níveis de captura e recomendações de manejo.
"Essas informações não substituem de maneira alguma o monitoramento in loco das populações de pragas nos algodoais ou em qualquer outra cultura sujeita à infestação cultivada no período de abrangência dos monitoramentos", ressalta o pesquisador Miguel Soria.
O primeiro número do Informativo, que começa a ser divulgado esta semana, alerta para a grande quantidade de mariposas da lagarta-falsa-medideira capturada nas 736 armadilhas monitoradas, em todos os núcleos de produção de algodão - bem superior à quantidade de mariposas de complexo de Heliothinae ou heliotíneos (composto por Helicoverpa armigera, Helicoverpa zea e Heliothis virescens) e do complexo de Spodoptera.
O informativo 001 também traz dados detalhados sobre a captura de mariposas por região. Somente no Núcleo Regional Centro (com sede em Campo Verde), foram capturadas 5.968 mariposas da falsa-medideira no período de 19 a 25 deste mês, enquanto a quantidade de indivíduos do gênero Helicoverpa não passou de 758.
"A captura de mariposas de falsa-medideira nas cinco semanas iniciais de monitoramento (de 22 de dezembro de 2013 a 25 de janeiro de 2014) evidencia a predominância dessa espécie em relação às outras, confirmando o observado nas infestações de campo em soja, no final de 2013 e início de 2014. De maneira geral, em todos os núcleos do estado, há um aumento gradativo de captura de mariposas de falsa-medideira, sugerindo possíveis infestações nas lavouras de algodoeiro agora em cultivo, uma vez que nesse momento a soja entra em fase de maturação e/ou já está sendo colhida, perdendo a preferência das pragas monitoradas, que agora se dispersam", informa o SAP-e no seu Informativo 001.
"Um dos objetivos do IMAmt é justamente reduzir os custos de produção dos cotonicultores, o que inclui o uso mais eficiente dos produtos agroquímicos e a adoção de ferramentas do Manejo Integrado de Pragas (MIP), possível somente através do monitoramento", afirma o diretor executivo Alvaro Salles, ressaltando a importância de projeto de prevenção como o SAP-e e o ineditismo da iniciativa do IMAmt, braço tecnológico da Ampa.
Fonte: Só Notícias/Agronotícias com assessoria
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