sexta-feira, 28 de abril de 2017

Apta orienta sobre Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) na Agrishow 2017


Agrishow 2017

Apta orienta sobre Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) na Agrishow 2017



Apta orienta sobre Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) na Agrishow 2017, em Ribeirão Preto (SP)
Na Agrishow 2017, em Ribeirão Preto, 16 espécies de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) serão expostas pelo Polo Regional de Pindamonhangaba da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Elas comporão a Vitrine Tecnológica para Pequenas Propriedades. A ideia é resgatar o cultivo e consumo de PANC, uma forma de agregar valor à produção orgânica e promover a segurança alimentar e nutricional.
A Apta apresentará as PANC araruta, cúrcuma, ararutão, carás, em forma de tubérculos, e capuchinha, peixinho-da-horta, major-gomes, serralha, azedinha, caruru, mangarito, taioba, chuchu de vento, bertalha, vinagreira e ora-pro-nóbis, plantadas em vasos. A Agência realiza projeto de pesquisa que integra saberes científicos e populares, com o objetivo de resgatar os conhecimentos sobre as PANC.
A pesquisadora da Apta Cristina Maria de Castro explica que para os produtores rurais familiares as PANC podem ser uma importante fonte de renda, já que são facilmente cultivadas e têm valor agregado. “São produtos diferenciados, que têm sido bastante buscados por chefes de cozinha e mercado gourmet”, afirmou.
Os produtores que fornecem alimento para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) também pode receber mais com as PANC, já que o valor pago por alimentos orgânicos é 30% superior aos produtos convencionais. “A Lei Municipal 16.140 também prevê a introdução progressiva de alimentos orgânicos ou de base agroecológica na alimentação escolar no município de São Paulo. A ideia é inserir alimentos saudáveis, ricos em nutrientes e livres de resíduos químicos na merenda escolar. É um filão de mercado muito interessante”, apontou.
Os projetos de pesquisa da Apta têm o objetivo de promover políticas públicas focadas na pesquisa participativa agrícola e desenvolver novos modelos de sistema de produção com base agroecológica, considerado as especificidades regionais. A intenção é estimular as famílias rurais a permanecerem no campo, com qualidade e respeito ao seu conhecimento, com geração de renda e produção diferenciada.
“São pesquisas que buscam o resgate, a domesticação e propagação das PANC em sistemas agroflorestais (SAF) e em plantio direto com adubação orgânica. A inserção das PANC na mesa dos consumidores é feita por meio da interação popular com o desenvolvimento científico e tecnológico, no âmbito de projeto de pesquisa com metodologia participativa”, explicou Cristina.
As pesquisas envolvem a transferência de tecnologias relacionadas ao manejo das PANC, propagação de sementes e forma de preparo dos alimentos. “Duas vezes ao ano realizamos o ‘Saúde na Feira’, uma ação em feiras de municípios do Estado de São Paulo, em conjunto com produtora orgânica que produz as PANC e com uma chefe de cozinha que as prepara para degustação da população. Além disso, prestamos assessorias com palestras e implantação de Hortas Demonstrativas em escolas para inserção das PANC na merenda escolar”, contou.
À mesa
Segundo a pesquisadora da Apta, plantas como ora-pro-nóbis, serralha, caruru e araruta eram consumidas por nossos antepassados. Porém, a facilidade dos alimentos processados e o dia-a-dia agitado nas grandes cidades fizeram com que o consumo desses alimentos fosse sendo descartado. “A alimentação, hoje, é baseada em poucas espécies de plantas. As PANC, porém, são ricas em nutrientes e podem ser cultivadas em quaisquer espaços, inclusive nos jardins”, explicou a pesquisadora.
 O movimento de resgate das PANC ganhou força com a adesão de renomados chefs de cozinha, como Alex Atala, Helena Rizzo e Inês Baconnot. “Eles ajudaram a popularizar esse assunto, principalmente na mídia. Além disso, criaram uma demanda para os produtores, já que utilizam as PANC em seus restaurantes. Mas é importante deixar claro, que as PANC podem ser consumidas e cultivadas em qualquer local. Elas não são produtos gourmets”, afirma Cristina.
Inspirados pelos chefs de cozinha e conscientes da importância do papel da alimentação para prevenção de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes tipo II, problemas cardiovasculares e obesidade infantil, os consumidores passaram a procurar por esse tipo de produto e a resgatar um hábito alimentar de seus antepassados.
“A Apta tem realizado trabalho de empoderamento da população sobre as técnicas de cultivo e as formas de uso das PANC na alimentação, destacando os benefícios à saúde, valorizando a cultura regional e preservando a biodiversidade. Queremos promover a ‘alimentação saudável de verdade’ e explicar paras pessoas que nossa cultura alimentar e a conservação da sociobidiversidade são alicerces para uma vida saudável”, disse a pesquisadora.
Para Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, as pesquisas com PANC são importantes por gerar renda no campo, melhorar a vida do produtor rural e disponibilizar alimentos saudáveis à população. “Essas são as principais diretrizes do governador Geraldo Alckmin para a Secretaria de Agricultura”, afirmou.
A Agrishow 2017 será realizada entre os dias 1 e 5 de maio, das 8h às 18h. O endereço é Rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira, Km 321 - Ribeirão Preto - São Paulo.

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