sexta-feira, 28 de abril de 2017

Soja segue caminhando de lado na Bolsa de Chicago nesta 6ª e mercado se ajusta no fim do mês



O mercado da soja, na sessão desta sexta-feira (28), segue trabalhando com estabilidade na Bolsa de Chicago



O mercado da soja, na sessão desta sexta-feira (28), segue trabalhando com estabilidade na Bolsa de Chicago. Por volta das 8h15 (horário de Brasília), os dois primeiros contratos - maio e julho/17 - não exibiam variações e o primeiro valia US$ 9,45. Já o agosto/17 subia 0,25 ponto para US$ 9,59 e o setembro/17 perdia 0,25 para US$ 9,55 por bushel.
A semana foi marcada por volatilidade na CBOT e, neste final de mês, os traders parecem estar na defensiva e reajustando suas posições para entrar no novo atento ao período mais importante para o plantio da soja nos EUA. No quadro financeiro, o mercado atento ainda às negociações sobre o NAFTA e mais o destino do orçamento norte-americano.
Dando suporte aos preços segue a demanda forte nos principais fornecedores, mas especialmente nos Estados Unidos, e as chuvas que chegam ao Meio-Oeste americano, já ocasionando cheias em alguns estados da região produtora. As temperaturas abaixo da média para este período do ano também chamam a atenção.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja: Apesar de intensa, demanda tem impacto limitado sobre os preços neste momento
O mercado da soja na Bolsa de Chicago começou o dia operando com leves baixas, reverteu a direção, mas voltou a caminhar de lado para encerrar a sessão desta quinta-feira com estabilidade. A demanda intensa acabou ganhando a cena durante o andamento dos negócios nesta quinta-feira (27), porém, foi insuficiente para sustentar as pequenas altas observadas durante o pregão. Dessa forma, o contrato maio/17 se mantém abaixo dos US$ 9,50 por bushel, enquanto o novembro/17, referência para a safra americana, foi a US$ 9,55.
Em seu relatório semanal de vendas para exportação, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe um novo volume surpreendente de mais de 800 mil toneladas - recorde das últimas dez semanas - e elevou o total já comprometido pelo país a 56,43 milhões de toneladas somente nesta temporada 2016/17, há pouco mais de três meses para o seu término. O USDA, entretanto, traz em sua última projeção as exportações americanas em 55,11 milhões de toneladas.
Essa força da demanda, porém, já tem boa parte de seu espaço nos preços e, por isso, acaba contando com uma influência limitada no andamento das cotações.
"Os números ajudam a neutralizar o mercado, mas os fundamentos são baixistas. Há notícias que ajudam a estancar o mercado", explica Matheus Pereira, analsita de mercado da AgResource Company Brasil (ARC Brasil). "Os compromissos de exportação dos EUA na soja já estão 102% das projeções do USDA, enquanto o (preço) FOB no Brasil está ficando caro", lembra.
E este é um momento, portanto, que a soja americana volta a ficar mais competitiva frente à do Brasil e da Argentina, dando espaço para essa demanda ainda seguir focada nos EUA. "Olhando os prêmios no Golfo do México (principal canal de escoamento da oleaginosa norte-americana) na faixa de 26 a 28 cents de dólar sobre Chicago, tudo indica que a soja dos EUA ainda é mais competitiva", explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.
No Brasil, nesta semana os prêmios nos portos oscilam entre as principais posições de entrega de 30 a 50 cents de dólar sobre os preços praticados na CBOT do lado do comprador e, do vendedor, de 55 a até US$ 1,00 por bushel nas mais distantes.
O importante a partir de agora, portanto, é acompanhar o ritmo dos embarques nos Estados Unidos para conferir se todas essas vendas serão confirmadas. Do total da safra velha já comprometido, já foram embarcadas 49,28 milhões de toneladas, contra 41,92 milhões do mesmo período e o ritmo de ambas as operações - vendas e embarques - surpreende. "E devemos continuar atentos aos embarques, porque isso é o que vale efetivamente", explica Motter.
Apesar disso, o analista afirma ainda que "embora os dados de embarque sejam os mais importantes, na medida em que as vendas forem se avolumando devemos concluir que o apetite pelo produto dos EUA é grande e que mais embarques acontecerão".
No Brasil, a demanda também é intensa e o ritmo de embarques indica novos recordes. Entretanto, a soja embarcada ainda é aquela previamente comercializada - nos maiores volumes - quando os preços se mostravam mais atrativos. "As exportações da soja brasileira são estimadas em 5,1 MTs acima do ano passado, estabelecendo um novo recorde para o período. A forte campanha de exportação é em grande parte devido à China e seu ritmo acelerado de compras neste primeiro quadrimestre do ano", explica a ARC Brasil.
Novas vendas, por outro lado, ainda caminham em um ritmo um tanto limitado, mas já melhor do que o observado nas últimas semanas. As recentes altas do dólar - além da demanda - acabaram trazendo oportunidades para o produtor brasileiro, que começa a se interessar mais pelas vendas com as cotações na casa dos R$ 69,00 podendo até a chegar aos R$ 71,00 por saca nas referências do início do segundo semestre, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.
Nesta quinta, a moeda americana registrou uma nova sessão de ganhos frente ao real. A cena política brasieira, que volta a ficar bastante confusa e incerta, tem dado espaço para essa alta do dólar ao lado da preocupação com a greve geral prevista para esta sexta-feira, 28 de abril, em todo o Brasil. "A greve vem no último dia útil do mês, que obriga a antecipação da compra de dólares para aqueles que vão enviar a moeda pra fora. Desta forma, dólar em alta, soja em alta no mercado interno", diz Brandalizze.
No porto de Rio Grande, a soja disponível subiu 0,15% para fechar com R$ 67,60 por saca, e a referência junho/17 foi a R$ 68,30 com alta de 0,44%. Em Santos, R$ 68,70 e em Imbituba, R$ 66,00 por saca, estáveis. No interior do Brasil, apesar de algumas praças de comercialização registrarem pequenas baixas em função do recuo na CBOT, as altas chegaram a bater em 3,13%.
Clima nos EUA
Enquanto isso, o mercado internacional continua se dividindo também com os fundamentos climáticos para a nova safra dos Estados Unidos. E nesta quinta-feira, as previsões atualizadas indicando frio e chuva para o Meio-Oeste americano também deram algum suporte às cotações. Para sábado, há inclusive a previsão de neve.


Data de Publicação: 28/04/2017 às 10:50hs
Fonte: Notícias Agrícolas

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