quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Faep propõe aumento do preço mínimo do trigo

Faep propõe aumento do preço mínimo do trigo Pedido de reajuste é de 19,6%, já que custo de produção está em torno de R$ 635,33 por tonelada A Federação da Agricultura do Paraná (Faep) encaminhou um ofício ao governo federal propondo um reajuste do preço mínimo do trigo e o fim da isenção na importação para países que estão fora do Mercosul. De acordo com a entidade, hoje o preço mínimo do trigo está em R$ 531 por tonelada e o custo de produção levantado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de R$ 635,33 por tonelada. Por este motivo, a federação solicitou ao governo um aumento de 19,6% no preço mínimo. O economista da Faep, Pedro Loyola, disse que o documento ainda solicita a manutenção da Tarifa Externa Comum (TEC) em 10% para importações provenientes de países que não fazem parte do Mercosul. Segundo ele, a solicitação foi encaminhada no final da última semana. A Faep também pediu agilidade na definição da política agrícola brasileira para a triticultura e demais culturas de inverno para a safra 2014/15. De acordo com a entidade, essa política pública deve definir os interesses no produto nacional, garantindo o abastecimento interno e reduzindo a dependência externa do produto. Segundo Loyola, seria necessária a divulgação até fevereiro, porque o plantio do trigo começa em março no Paraná. No ano passado, entraram no Brasil 3,475 milhões de toneladas de trigo americano com isenção total de importação. O Brasil comprou ainda 2,539 milhões de toneladas da Argentina, 522 mil toneladas do Paraguai, 408 mil toneladas do Uruguai e 328 mil toneladas do Canadá. Loyola destacou que do total de 11 milhões de toneladas consumidas no País, mais de 60% foi importado. Segundo ele, os moinhos agora estão estocados com o trigo importado. O produtor de trigo de Tibagi, Ivo Arnt Filho, disse que o reajuste do preço mínimo é necessário porque os custos de produção do produto subiram muito. Segundo ele, o custo da semente subiu 30%, do combustível 20%, dos fertilizantes entre 17% e 20% e dos defensivos de 11% a 14%. Ele explicou que é importante que o governo decida logo se vai aumentar o preço de base para que os produtores possam iniciar o plantio em março. Segundo ele, os moinhos dão preferência para o trigo importado porque conseguem prazos de financiamento mais longos. ‘’As políticas do governo são contra a produção de trigo’’, frisou. Ele contou ainda que o governo liberou a TEC para países fora do Mercosul e, com isso, o produtor não conseguia vender. ‘’Vendi o trigo em janeiro. Pagou o custo de produção, mas não teve rentabilidade e não sobrou para investir em maquinário’’, disse. Caso o preço mínimo do cereal não suba ele vai reduzir a área de trigo e aumentar a de cevada. Produção nacional Hoje, Paraná e Rio Grande do Sul respondem por 90% da produção nacional. No ano passado os paranaenses perderam a liderança na produção para os gaúchos porque a safra do Paraná sofreu com problemas climáticos, como geadas e enchentes. Na safra 2011/12, o Paraná produziu 2,107 milhões de toneladas em 782 mil hectares. Na safra 2012/13, a produção caiu para 1,875 milhão de toneladas em 986 mil hectares. Segundo Loyola, ainda não há uma estimativa para a safra 2013/14 do Estado, mas a previsão dele é que aumente porque o preço do milho não está favorável para o produtor. No entanto, ainda não é possível saber se o Estado vai conseguir recuperar a liderança na produção nacional. Tudo vai depender do clima, do preço do produto e do estímulo que o governo vai oferecer em termos de política agrícola. Segundo levantamento da Conab, a produção nacional de trigo na safra 2013/14 deve totalizar 5,3 milhões de toneladas. O pedido da Faep para o governo federal foi realizado em conjunto com a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab). . ... Data de Publicação: 29/01/2014 às 19:15hs Fonte: Folha Web . .

Nenhum comentário:

Postar um comentário