quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Perfil dos novos líderes do agronegócio exige mais do que conhecimento técnico da produção
Perfil dos novos líderes do agronegócio exige mais do que conhecimento técnico da produção
FUTURO DO AGRONEGÓCIO
02/01/2014 | 20h24
Conhecimento passa pela economia eAs lideranças que atuam em diversos segmentos do agronegócio, em associações, cooperativas e sindicatos, estão passando por uma mudança de perfil que vai além da renovação. O conhecimento passa pela economia e a situação política do país, nesse desafio está também à comunicação com a sociedade.
O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Luiz Claudio Paranhos, um dos mais jovens da história, conduz a mesa com uma diretoria experiente para traçar os rumos da pecuária zebuína no país. Paranhos tem 45 anos é zootecnista com especialização em gestão do agronegócio.
– A gente tenta exercer uma liderança compartilhada. Divido com os nossos diretores todos, todas as ações, todas as decisões são colegiadas. Isso sem dúvida nenhuma é muito complexo – diz.
O presidente do Sindicato Rural de Uberlândia, Thiago Fonseca é outro exemplo de mudança de perfil de liderança no agronegócio.
– Saiu Paulo Ferola que é ex-prefeito e ex-presidente do Sindicato, de 82 anos, e assumi aos 33 anos o Sindicato. Houve realmente uma mudança e uma quebra de paradigma. Tem aquela desconfiança de vários produtores, e principalmente dos mais antigos. Com o tempo ganhei confiança e hoje estamos em outro ritmo, outra pegada – destaca.
As palestras e os debates direcionam e atraem novas lideranças com poder de comandar associações, cooperativas, com o foco na gestão profissional sem perder a força de mobilizar a sociedade.
– As cooperativas diferenciadas estão buscando um gerenciamento empresarial focado no crescimento da equipe, tanto técnica como dos cooperados. O que vem dando solidez o crescimento das cooperativas – salienta o Coordenador Núcleo de Gestão de Recursos Humanos no Agronegócio (ReHAgro), Régis Ferreira.
As mudanças de perfil das lideranças dentro dos diversos segmentos do agronegócio exigem muito mais do que conhecimento técnico da produção. Passa também por informações do mercado econômico, da situação político-partidária. Um processo que, segundo o sociólogo da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Jeferson Boechat Soares, começou lentamente na década de 90, logo após o controle da inflação no país.
Soares é sociólogo da UFV, e acompanha os novos rumos no campo especialmente na mudança de diálogo com a sociedade urbana através das lideranças cada vez mais preparadas.
– Nossa forma de comunicação do agronegócio com a sociedade brasileira já existe. Agora é preciso um esforço para que o agronegocio não seja apenas uma atividade econômica cujos membros participantes pensam exclusivamente em rentabilidade, mas estão antenados nas questões absolutamente contemporâneas, como meio ambiente e responsabilidade social. Temos que avançar, mas é um novo perfil de atuação do setor na sociedade – salienta.
a situação política do país, além do desafio da comunicação com a sociedade CANAL RURAL
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