quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Produtores brasileiros de cogumelos enfrentam forte concorrência com produto chinês

Produtores brasileiros de cogumelos enfrentam forte concorrência com produto chinês DESVANTAGEM 02/01/2014 | 14h41 Desde 2008, importação do cogumelo chinês cresceO champignon paris em conserva é o cogumelo mais popular no Brasil, porém, desde 2008, os produtores passaram a ter dificuldades, pois 70% do consumo nacional é importado da China e o produto chega ao Brasil com valor inferior, dificultando a concorrência. A importação do cogumelo chinês cresceu 12 vezes nos últimos anos, de 700 toneladas para dez mil por ano. A situação coloca o Brasil em desvantagem, afirma o diretor executivo da Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos (ANPC), Carlos Lima. Há quase dois anos os produtores brasileiros resolveram investir no cogumelo in natura para conseguir concorrer com o produto importado. >> Venda do cogumelo in natura aumenta renda de fungicultores do interior de São Paulo – O que muitos produtores brasileiros têm feito e que é tendência mundial, é incentivar o consumo de cogumelos frescos. Muitos têm investido na comercialização e no marketing do produto e conseguiram escapar dessa concorrência desleal – conta Lima. Segundo ele, a rentabilidade do cultivo de cogumelos frescos é boa. Além disso, é possível cultivar o alimento em áreas muito pequenas. O especialista destaca que o plantio requer um pequeno investimento em tecnologia, necessário para que se possa controlar alguns fatores, como umidade, temperatura, incidência de pragas. Concorrência desleal Conforme a ANPC, a luta por melhores condições de mercado para os produtores brasileiros resultou em importantes ações do governo federal de defesa da fungicultura nacional, como por exemplo, a inclusão dos cogumelos classificados na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (Letec), pela Resolução Camex nº 13/2010. Ainda de acordo com a Associação, essa inclusão elevou a alíquota do imposto de importação (II) aplicada às importações brasileiras dos itens classificados nessas NCMs de 10% e 14%, respectivamente, para 35%, dando maior competitividade ao produtor nacional. A inclusão dos cogumelos na Letec e, a consequente elevação da alíquota do imposto de importação, contribuiu para manter a competitividade do produto nacional, uma vez que com o fim do direito antidumping (medida aplicada até 2008) o cogumelo chinês passou a entrar no Brasil a um preço muito abaixo do praticado pelos produtores nacionais. No entanto, mesmo com alíquota de 35%, nos últimos anos observou-se um aumento expressivo do volume das importações brasileiras de cogumelos, especialmente originárias da China. Segundo estudo da ANPC, comparando-se apenas os oito primeiros meses de 2013, com o mesmo período de 2012, observa-se que o volume das importações dos cogumelos classificados na NCM aumentou mais de 80% no período. Como consequência do aumento do volume das importações, a preços subcotados em relação ao mercado doméstico, um elevado número de produtores de cogumelos (champignon paris) encerraram suas atividades ou migraram para outras culturas, informou a Associação. Agricultura familiar A ANPC estima que no Brasil existam mais de 300 produtores de cogumelos que, em sua maioria, são micro e pequenos agricultores familiares. Esses fungicultores são responsáveis por gerar mais de 3 mil empregos diretos e têm a produção de cogumelos como a sua principal fonte de renda. – É uma atividade basicamente da agricultura familiar. Daí a importância do setor para o Brasil. Também é uma importante fonte de fixação do homem no campo – relata Lima. Segundo a ANPC, a produção de cogumelos no país desempenha um importante papel social e de alternativa de renda. Consumo Lima afirma que, no Brasil, infelizmente o mercado e o consumo de cogumelos é muito pequeno. O consumo é de cerca de 160 gramas per capita ao ano. Para a ANPC, isso ocorre por falta de tradição e desconhecimento em relação aos cogumelos, seus benefícios e até mesmo de como prepará-los. Enquanto isso, em alguns países europeus como a França, a Itália e a Alemanha, o consumo per capita ao ano é superior a 2 quilos. Já em países asiáticos como a China e a Coreia do Sul, são consumidos mais de 8 quilos de cogumelos por habitante. CANAL RURAL

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