quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Um destino sustentável para o que sobra do almoço

Um destino sustentável para o que sobra do almoço 02/01/14 - 10:26 A transformação da matéria em adubo orgânico evita o desperdício de alimentos e colabora com a preservação do meio ambiente. Para realizar a compostagem caseira, o fundador da maior fazenda de turismo rural pedagógico do Brasil, Lucídio Goelzer, dá algumas dicas. Considerado o quarto produtor mundial de alimentos, o Brasil produz quase 26% a mais do que necessita para alimentação da população. No entanto, o desperdício tornou-se um grande vilão para o país. Segundo dados da Embrapa, 26,3 milhões de toneladas de alimentos são jogadas no lixo, número que alimentaria com café manhã, almoço e jantar 19 milhões de pessoas. “Os números assustam e exigem mudanças urgentes dos nossos governantes, mas também de nós mesmos. Se está sobrando comida é necessário rever a quantidade produzida dentro de casa ou apostar em um processo antigo, mas de extrema eficácia, chamado compostagem”, diz o fundador da Quinta da Estância, Lucídio Goelzer. O procedimento é simples e muito utilizado na área rural, mas de fácil aplicação nas residências. “Estamos falando da transformação de matéria orgânica em adubo orgânico. Ou seja, é uma forma de reciclar o lixo orgânico e utilizá-lo nos jardins e plantas das casas, apartamentos e até empresas”, explica. Para Goelzer, o processo evita o destino final do resíduo que não é reciclado e previne o desenvolvimento de doenças. “O lixo é um problema grave, pois é consequência de muitos problemas. Além de entupir as ruas, provocar enchentes e poluir o meio ambiente, esses resíduos acumulam vermes e bactérias que podem ser fatais para a nossa saúde”, alerta. A compostagem doméstica resulta em adubo de qualidade, além de muito barato. Goelzer explica que o primeiro passo é a organização da cozinha. “As pessoas devem deixar o lixo reservado para os resíduos orgânicos mais perto da pia, facilitando o trabalho de quem está cozinhando”, indica. Carne, peixe, laticínios e gorduras não devem participar do processo, pois acumulam cheiro forte, tornando impossível a reserva dos mesmos. Vidro, metal e plástico estão proibidos na compostagem e oferecem risco à saúde, pois contaminam o fertilizante. O material deve ser remexido diariamente para proporcionar ventilação. Além disso, é importante que seja mantido em um local sem acúmulo intenso de água. Aos que não possuem pátio para esse procedimento, Goelzer indica os recipientes facilmente encontrados nas lojas do ramo. “As empresas vendem com tampa, o que auxilia na proteção da casa contra um eventual cheiro ruim do início do processo”, explica. Quanto ao tempo para o fertilizante estar pronto, ele explica que varia de acordo com o tamanho do material. “Se os resíduos forem pequenos, o tempo será menor. Uma solução para quem possui muito lixo é triturar os alimentos”, conta. Para os que não querem remexer os resíduos diariamente, Goelzer explica que existe a possibilidade de uma compostagem passiva, como é chamada pelos especialistas. “É tudo uma questão de agilizar o processo. Tanto a aeração quanto o uso de minhocas fazem com que o adubo fique pronto para uso mais rapidamente. No entanto, é possível deixar o material se decompondo sozinho em um canto da casa que o efeito será o mesmo, mas em um tempo maior”, completa. Goelzer garante que o processo final faz o esforço valer a pena. “É satisfatório observar que todo aquele alimento orgânico virou terra. O adubo advindo da compostagem é sempre mais eficaz por ser natural e orgânico”, conclui. O resultado é um composto unificado, de cor marrom e com aquele gostoso cheiro de terra. Agrolink com informações de assessoria

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