segunda-feira, 3 de novembro de 2014

FMC busca expansão com inovações agrícolas

03/11/14 - 11:22 Fabricante de defensivos investe cerca de R$ 14 milhões para inauguração de centro de soluções tecnológicas com foco no Brasil e América Latina; companhia quer dobrar faturamento até 2020 Diante das projeções de baixa para os preços das commodities, o braço agrícola da multinacional americana FMC aposta em inovações na área de defensivos na expectativa de que o agricultor busque aumento de produtividade através de investimento em tecnologia para o campo. O presidente da FMC Corporation para a América Latina, Antonio Carlos Zem, disse ao DCI que este é o momento para que produtores e empresas trabalhem juntos, a fim de ultrapassarem a "má fase" do mercado. Com o auxílio das inovações, o executivo pretende dobrar o faturamento no Brasil até 2020 para US$ 2 bilhões. Investimento Na última sexta-feira (31), a companhia inaugurou em Campinas, São Paulo, o Latin America Innovation Center, um polo para desenvolvimento de novas técnicas, principalmente entre fungicidas e inseticidas. "Fizemos um investimento inicial entre R$ 13 e R$ 14 milhões e ainda não acabou. Até o próximo ano devemos ampliar e investir, pelo menos, mais R$ 10 milhões. O grande caminho para o agricultor é aumentar em produtividade, por isso apostamos que o uso de tecnologias vai persistir e se concentrar no solo", diz Zem. De acordo com o diretor de inovação e tecnologia da FMC Brasil, Yemel Ortega, a empresa lança entre cinco a sete produtos anualmente. Com as novas instalações, a ideia é avançar na complexidade destes lançamentos, visto que as doenças da lavoura também evoluem na mesma agilidade que a agricultura. Atualmente, a FMC Corporation conta com três centros de inovação no mundo que atendem a América do Norte, Índia e China. O novo empreendimento será o primeiro dedicado ao agronegócio e atenderá a América Latina. "Nossa produtividade aumentará consideravelmente, adicionando soluções inovadoras e com a expansão no portfólio de defensivos agrícolas e biológicos", enfatiza o diretor Ortega. Apostas Apesar da expectativa de recuo na rentabilidade das commodities até a safra 2015/2016, Zem conta que a soja e o algodão são duas culturas vistas como potenciais pela companhia. Para ele, a oleaginosa deve manter sua liderança no ranking brasileiro de grãos, daí sua importância como potencial comprador de tecnologia. O algodão sofre pela pressão de preços mas é um cultivo de muitos riscos em se tratando de pragas. "Mesmo não sendo um grande mercado, olhamos com carinho para as hortaliças e frutas que estão gerando boas demandas, assim como as florestas e pastagens", destaca. Além disso, o presidente espera uma recuperação para o setor sucroenergético a partir de 2015, com base na melhoria dos preços do açúcar no mercado externo e do aumento na demanda interna de etanol. Perspectivas Na avaliação do presidente, o mercado brasileiro de agroquímicos deve crescer entre 6% e 10% no longo prazo. "É nossa obrigação ter ganhos acima desta média", diz, ao projetar um crescimento de 10% ao ano até o final da década, em 2020. Além dos investimentos citados, os avanços devem vir através do aumento em portfólio, capilaridade, presença no campo, serviços aos agricultores e do aumento do mercado. "Estamos no processo final de decisão para abertura de uma segunda fábrica no Brasil, em breve faremos este anúncio. Temos uma unidade fabril em Uberaba que já está no limite de sua capacidade e estamos olhando, particularmente, para São Paulo. Antes do final de 2015 pretendemos iniciar as obras", revela Zem. Na última semana, a FMC Agrícola reportou ganhos de 3,5% em vendas no terceiro trimestre de 2014, em US$ 548,8 milhões, ante o mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, houve uma demanda extra para herbicidas na América Latina. DCI - Diário do Comércio & Indústria Autor: Nayara Figueiredo

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