quinta-feira, 30 de março de 2017

EMPRESAS USAM OPERAÇÃO PARA PRESSIONAR PREÇOS, DIZ ACRIMAT

EMPRESAS USAM OPERAÇÃO PARA PRESSIONAR PREÇOS, DIZ ACRIMAT

Com o pretexto de instabilidade no mercado internacional da carne, a indústria frigorífica está paralisando atividades como forma de pressionar o preço do boi gordo. Levantamento solicitado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) aponta que o preço da arroba caiu de 2% a 4% do dia 16 para o dia 28 de março, reduzindo de R$ 126,81 para R$ 123,11 em média no Estado, segundo levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). A Acrimat repudia o comportamento da indústria brasileira de carnes que, ao invés de se unir ao setor produtivo, aproveita a situação para especulação e manipulação do mercado.
Segundo assessoria da entidade, alguns pecuaristas relatam redução de até 10% no valor da arroba nos últimos 12 dias, passando de R$ 126 para até R$ 113 em algumas regiões como no norte e noroeste do Estado.
Conforme o presidente da Acrimat, Marco Túlio Duarte Soares, houve um momento de incertezas no setor, mas com o trabalho ágil e responsável do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi possível comprovar que os problemas identificados são pontuais e que a carne brasileira é garantida por um sério controle de qualidade e de fiscalização sanitária. “Não podemos compactuar com a manipulação da indústria sobre o mercado”, declara Marco Túlio.
“Em pouco tempo mostramos aos nossos clientes quais eram e onde estavam os problemas. A postura de punir os culpados e abrir as portas para os parceiros conhecerem nossa indústria também foram importantes para a retomada das exportações. Por isso, não vamos admitir que a indústria brasileira utilize como argumento problemas já solucionados para pressionar preços e prejudicar o setor produtivo”, afirma o diretor executivo da Acrimat, Luciano Vacari.
A Acrimat recomenda cautela e precaução na hora da venda para evitar depreciação ainda maior do preço da arroba. “Mato Grosso vivencia hoje as consequências de uma política de incentivo à concentração de empresas e controle de mercado. O fomento à formação de conglomerados, por meio de financiamento público, colocou o mercado da carne nas mãos de poucos empresários que, em um momento como este, manipulam toda a cadeia produtora”, afirma Luis Fernando Conte, vice-presidente da Acrimat.
Na região Noroeste de Mato Grosso, a unidade do JBS em Juína atende à produção de 4 milhões de animais, mas irá parar por 20 dias, a partir de segunda-feira (03), conforme anunciado nesta quarta-feira (29). O anúncio feito pela empresa preocupa os produtores da região, que é refém da empresa. Também foram concedidas férias coletivas nas unidades do JBS em Diamantino, Alta Floresta e Pedra Petra. “
“Em Mato Grosso, JBS, Marfrig, Minerva e Frialto representam 70% do abate, o que compromete a competividade do setor, prejudicando os pecuaristas e, principalmente o mercado consumidor”, destaca Amarildo Merotti, vice-presidente da Acrimat.
Marco Túlio Duarte destaca que Mato Grosso tem o maior rebanho comercial do país, é o segundo maior exportador do Brasil, não teve nenhuma planta envolvida nas investigações e tampouco unidade frigorífica embargada pelo MAPA. “A seriedade da produção mato-grossense está mais que comprovada. Por isso, não vamos admitir que os frigoríficos sem compromisso com o desenvolvimento da atividade articulem para derrubar preços, prejudicando ainda mais o pecuarista de nosso Estado”.

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