quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
02/01/2014 - 09:48
02/01/2014 - 09:48
Alto custo de produção provoca crise no setor de cana-de-açúcar em Alagoas
Globo Rural
O setor da cana-de-açúcar passa por uma crise em Alagoas, principal Estado produtor do Nordeste. Muitas usinas encerram as atividades por causa do alto custo de produção. Os colhedores ficaram sem emprego e os agricultores não recebem pela matéria-prima.
Dois mil trabalhadores foram demitidos da usina no município de São Miguel dos Campos. De acordo com os cálculos da Federação dos Trabalhadores Agropecuários, mais de 15 mil pessoas ficaram desempregadas nesta safra.
“Muita gente está indo embora arriscar no Mato Grosso, no Espírito Santo e até em São Paulo. Eles estão ficando a deriva”, diz Antonio Torres, secretário da Fetag-AL.
Os fornecedores de cana também sofrem com a crise. Dos 7,4 produtores do Estado, pelo 1,3 mil ainda não receberam pela safra passada. “Nós tivemos fornecedores vendendo apartamento. Temos visto fornecedor vendendo algum outro produto ou até parte da terra para sobreviver”, diz Lourenço Lopes, presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas.
Os usineiros de Alagoas gastam um pouco mais de R$ 1 mil para produzir uma tonelada de açúcar, mas só conseguem receber R$ 855,00. Assim, a conta não fecha. Três usinas deixaram de moer nessa safra.
As 21 usinas em funcionamento em Alagoas devem moer 22,5 milhões de toneladas de cana. A economia do Estado vai perder quase R$ 7 milhões. O sindicato das usinas culpa a crise financeira internacional, a seca e o congelamento do preço dos combustíveis. A entidade reclama que o custo de produção no Nordeste é maior do que no centro-sul do país.
O governo federal liberou R$ 30 milhões para equilibrar a balança, mas o setor diz é preciso fazer mais pelo setor. “O governo retomar a política de proporcionar preços compatíveis com o nível de custos que devem ser suportados pela empresa”, diz Pedro Robério, presidente do Sindaçúcar.
De acordo com a CONAB, a produção de cana-de-açúcar em Alagoas deve chegar a 24 milhões de toneladas, com alta de quase 4% em relação à última safra.
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