quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Lavouras de milho são atacadas por lagarta do cartucho no RS

Lavouras de milho são atacadas por lagarta do cartucho no RS 27/02/14 - 10:34 Lavouras de milho da região já registram presença agressiva da lagarta do cartucho, mesmo em áreas com tecnologia do milho transgênico BT, que deveria ser resistente a esta principal praga da cultura. Boa parte dos produtores toma como medida de controle a aplicação de inseticidas pulverizados, que na maioria das vezes é ineficiente, já que a lagarta se esconde no interior da planta, dificultando contato. No município de Canguçu o controle biológico da lagarta do cartucho tem se mostrado eficiente até o momento. A medida é uma alternativa contra o uso excessivo de agrotóxicos, para proteção do ambiente e do consumidor, e está em caráter experimental em todo o Estado, cerca de 1,5% da área total. Apenas 17 hectares de um total de 25 mil em Canguçu aderiram ao controle biológico, o restante sofre com os ataques das lagartas. Na propriedade de Luís Carlos Duarte, 3º Distrito, metade dos seus três hectares de milho recebeu o controle no início do plantio e a outra metade não. "Na primeira área não apareceu lagarta, já nesta outra o ataque é bem agressivo", conta o agricultor explicando que as áreas são bem próximas, mas que apresentaram diferença significativa. Como funciona O Controle Biológico trata-se da utilização da vespa Trichogramma sp., um parasitoide de ovos. As fêmeas da vespa colocam seus ovos no interior dos da lagarta, anulando a possibilidade de reprodução da praga. Com apenas uma aplicação da cartela padrão, com 100 mil ovos, pode continuar o controle por dias naquela determinada área, que para esta quantidade de ovos é de 400m². Sem a vespinha, uma vez imersa, a lagarta dura em torno de 50 dias, sendo ainda possível um controle com o parasita quando houver ovos de lagarta e no início da cultura. Os danos causados pelas lagartas do cartucho na fase vegetativa e reprodutiva do milho podem variar, reduzindo a produção em até 34%. Para controle os agricultores têm lançado mão principalmente dos agrotóxicos, realizando três ou quatro aplicações por ciclo de cultivo, o que diminui ainda mais as possibilidades do surgimento de inimigos naturais nas áreas cultivadas. A época recomendada para aplicação das cartelas é dez dias após emergência das plantas. Entraves O Controle Biológico, apesar de comprovação de eficácia, possui ainda melhorias para avançar na região. Um dos gargalos é a entrega das cartelas que contêm os ovos parasitas em tempo hábil. Do local de destino, Minas Gerais ou São Paulo, as cartelas tem até dez dias para estar na lavoura. Segundo o assistente técnico Estadual da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, no momento, com a greve dos Correios, uma série de produtores que estão implantando lavouras no tarde estão tendo dificuldades em fazer a encomenda desse controle, a exemplo do município de Rio Grande. Outros também registram ataques em áreas não controladas como Jaguarão e Tavares. Em São Lourenço do Sul a área de plantio do tarde sofrerá redução, em relação à estimativa inicial, devido a problemas com a cultura do fumo, que estenderá seu ciclo, sobrecarregando a mão de obra familiar nessa cultura, em detrimento do milho. Em Santa Vitória do Palmar a cultura do milho está sendo fortemente afetada pelo excesso de precipitação que não tem contribuído para drenagem do solo, mantendo as raízes inundadas. O total de perdas nesta cultura ainda não tem como ser calculado. No município de Jaguarão o controle biológico da lagarta do cartucho do milho com a utilização das cartelas é testado há quatro anos. Até agora 20 hectares receberam a vespa no controle da lagarta do cartucho do milho. Alguns produtores passaram a usar todos os anos. No início da Campanha de Controle Biológico da Lagarta do Cartucho Milho, em novembro, os municípios de Cerrito, Canguçu, Arroio do Padre, Rio Grande, São Lourenço do Sul e Herval receberam a tecnologia em uma pequena área do município. Diário Popular Autor: Cássia Medronha

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