quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Peixes e ovos em evidência no mercado mato-grossense
Peixes e ovos em evidência no mercado mato-grossense
27/02/2014 08:46
A tradição cristã de evitar ou diminuir o consumo de carne vermelha durante a Quaresma, período de 40 dias que antecede a Páscoa, fomenta as vendas de pescado, ovos, leite e derivados de milho anualmente. Como consequência, esses produtos ficam mais caros, admitem os comerciantes. A majoração não impede a elevação de até 100% na comercialização desses alimentos. Entre os produtos mais procurados nessa época, o peixe lidera a preferência dos consumidores, confirma o aposentado Benedito Altair, 72. Habituado a consumir peixe, ele inclui o alimento nas compras semanais. Nos 40 dias, o consumo de pescado duas vezes por semana é “sagrado” para ele. “Opto pelos peixes da região ou bacalhau”.
O motorista George Bourlier de Oliveira, 63, também abdica do consumo de carne vermelha uma vez por semana, independente da época do ano. “Gosto de peixe e reparei que os preços sobem até 40% já na Piracema (período proibitivo de pesca, entre novembro a março), mas não deixo de comprar”.
O presidente da Colônia de Pescadores de Cuiabá, Antônio José da Silva, confirma que o consumo de pescado aumenta duas vezes entre março e abril no Estado, por influência da tradição religiosa. Em relação às variações de preço, diz que o aumento da piscicultura contribuiu para equilibrar os preços do peixe no varejo. “Houve uma valorização do peixe de rio nos últimos anos pela diminuição da oferta, mas agora tem se mantido estável”. Na feira do Porto, por exemplo, o quilo de filé de pintado sai por R$ 30 e de pacu por R$ 25, em média, durante o período da pesca. O quilo de tambacu, proveniente da piscicultura, custa entre R$ 10 a R$ 14 na feira, informam os comerciantes Simião da Cruz e Adriella Cortez. Nos supermercados de Cuiabá, os preços são inferiores e variam de R$ 7,89/kg (tambacu) a R$ 19,90 (pintado inteiro). O filé de salmão custa R$ 57,90/kg e o bacalhau norueguês R$ 53,90/kg.
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Ingredientes essenciais no preparo ou acompanhamento da carne de peixe, os temperos como salsinha, coentro, cebolinha e folhagens como alface também estão mais caros nestes primeiros meses do ano. A comerciante Maria Solange da Silva Oliveira calcula até 60% de aumento desde dezembro. “Agora é assim: sobe o preço e diminui a qualidade por causa das chuvas”. Ela relata que a caixa de alface era ofertada por R$ 25 e agora chega a R$ 40.
Opções- Para os consumidores que querem substituir a carne vermelha durante a Quaresma, outra opção é incluir ovos no cardápio. O hábito já impactou numa alta de 10% no preço do produto no atacado nesta 2a quinzena de fevereiro, afirma o gerente de vendas da Cooperativa Agrícola Mista de Várzea Grande (Camva), Arnaldo Taso. A majoração não para por aí, adianta ele. “Acredito que até a 1a quinzena de março a alta acumulada nesse período chegará a 20%”.
Ele explica que no final de 2013 a oferta de ovos aumentou e a cotação declinou. Para reverter a situação, houve descarte do produto e agora está em falta, com o aumento da demanda. Desde então, o preço já subiu 35% no atacado, sendo que em novembro a caixa com 30 dúzias de ovos custava R$ 48 e hoje é comercializada por R$ 65 em média.
Fonte: A Gazeta
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