segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Brasil e Uruguai terão comércio em moeda local

Depois da Argentina, as transações comerciais entre o Brasil e o Uruguai poderão ser feitas na moeda local dos dois países. O sistema de pagamento em real e peso uruguaio entrará em operação em dezembro, informou o Banco Central (BC) brasileiro. Os testes de informática para a implantação estão sendo concluídos
O convênio para o início das transações foi assinado na última sexta-feira, durante a reunião dos presidentes de bancos centrais da América do Sul, em Lima, no Peru. O Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), como é chamado, substitui as transações em dólares e deve facilitar o comércio de bens e serviços entre o Brasil e o Uruguai. Pelo convênio, importadores e exportadores brasileiros e uruguaios poderão realizar pagamentos e receber em suas respectivas moedas, dispensando o contrato de câmbio. Também será possível a utilização do sistema para o pagamento de aposentadorias e pensões, além de remessas de pequeno valor. Segundo o BC, o mecanismo vai aumentar o nível de acesso dos pequenos e médios agentes e aprofundar o mercado em real e peso uruguaio, com redução de custos das transações. O uso do SML é voluntário. O BC brasileiro informou que o sistema com o Uruguai é semelhante ao adotado com a Argentina, mas inclui avanços decorrentes da experiência adquirida ao longo dos anos. Entre esses avanços, o BC cita a possibilidade de os agentes brasileiros não apenas exportarem, mas também importarem em reais e a inclusão de serviços não relacionados ao comércio de bens. O sistema de pagamentos com a Argentina foi criado em 2008, mas, com a crise do país vizinho, as operações têm recuado. O sistema deve ser expandido para outros países, como o Paraguai. Outros países, como a Rússia, a Índia e a China, por exemplo, já demonstraram interesse em adotar o sistema no comércio bilateral com o Brasil. Riscos Na reunião de Lima, os bancos centrais da América do Sul avaliaram que há riscos de maior volatilidade nos mercados financeiros internacionais e moderação na expansão da economia global. A maioria dos países da região, entres eles o Brasil, terá crescimento menor em 2014 do que havia sido projetado. A maior volatilidade foi associada à incerteza a respeito da normalização da política monetária americana, diminuição nos preços das matérias-primas e mudanças nas expectativas sobre o desempenho da economia em alguns países da região. Embora se observe uma recuperação na economia dos EUA, os bancos centrais da América do Sul veem desempenho econômico menor dos países da zona do Euro, com impacto na região. Para 2015, há uma expectativa de recuperação no crescimento dos países sul-americanos em decorrência de "sólidos fundamentos macroeconômicos", de acordo com a declaração conjunta dos presidentes, divulgada após a reunião. Também se espera que a inflação se estabilize naqueles países da região que têm experimentado choques de oferta ou vivido desvalorização em suas moedas. Data de Publicação: 03/11/2014 às 19:00hs Fonte: O Estado de S. Paulo

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