terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

25/02/2014 - 17:30

25/02/2014 - 17:30 Clima no Brasil alavanca soja, café e açúcar em Chicago e NY Valor Econômico O déficit hídrico que ainda prejudica importantes regiões agrícolas do Centro-Sul do Brasil voltou a influenciar a valorização das cotações de importantes commodities exportadas pelo país ontem nas principais bolsas americana. Após um fim de semana com menos chuvas do que se esperava, os problemas que afetam principalmente a produção de áreas do Paraná ofereceram sustentação aos contratos futuros da soja em Chicago, enquanto as adversidade no Estado da região Sul e em Minas e em São Paulo voltaram a dar fôlego ao café e ao açúcar em Nova York. No mercado de soja, os contratos com vencimento em maio, que atualmente ocupam a segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez), encerraram a sessão em Chicago a US$ 13,75 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos), em alta de 14,75 centavos de dólar (1,1%). De maneira geral, os analistas temem que a escassez de precipitações reduza a produtividade no Brasil e também na Argentina, primeiro e terceiro maiores produtores globais do grão, respectivamente. Conforme o Valor Data, trata-se do maior valor para um contrato de segunda posição desde 13 de setembro do ano passado. Embora em Mato Grosso, maior Estado produtor de soja do país, o maior problema nos últimos dias seja o excesso de chuvas, no Paraná e em áreas do Rio Grande do Sul as preocupações ainda são os reflexos da estiagem que ganhou força em janeiro. As chuvas caíram nos últimos dias, é verdade, mas em nível insuficiente para dar alívio às lavouras. Nesse contexto, nem a queda das vendas do produto dos EUA, segundo maior produtor global nesta safra 2013/14, impediu a valorização observada. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os embarques americanos atingiram 1,27 milhão de toneladas na semana encerrada em 20 de fevereiro, 14,2% menos que na semana anterior. Desde o início da safra, o país já embarcou 35,85 milhões de toneladas do grão, quase 20% acima das 30,08 milhões no mesmo período do ciclo 2012/13. Em Nova York, mais uma vez o café liderou os ganhos. Os contratos de segunda posição de entrega do arábica (maio) subiram 685 pontos (4%) e encerraram o pregão negociados a US$ 1,7635 por libra-peso, maior patamar desde 4 de outubro de 2012, segundo o Valor Data. Segundo Carlos Costa, analista da Pharos, os temores em relação ao clima no Brasil seguem firmes. "Previsões para esta semana indicam que as chuvas nas regiões produtoras de café devem se manter escassas", diz ele em comunicado publicado pela consultoria. Já os contratos de segunda posição de entrega do açúcar demerara (maio) subiram 61 pontos (3,6%) e fecharam a 17,68 centavos de dólar por libra-peso, maior valor desde 13 de novembro do ano passado. Informações da empresa de meteorologia DTN confirmam que importantes áreas canavieiras do Centro-Sul brasileiro ainda enfrentarão tempo seco e temperaturas acima do normal nos próximos cinco dias, o que continuará a reduzir a umidade do solo.

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