sábado, 1 de fevereiro de 2014

Publicação da Embrapa ensina a produzir café de qualidade com economia de água e redução de custos

Publicação da Embrapa ensina a produzir café de qualidade com economia de água e redução de custos Tecnologias de baixo custo de produção estão acessíveis para cafeicultores com pequena escala de produção EFICIÊNCIA 01/02/2014 | 13h21 O cuidado dispensado durante toda a fase de pós-colheita do café é um dos grandes diferenciais para a obtenção de um produto de qualidade. E, nesse processo, a forma de lavagem dos grãos e de uso e reúso da água vai influenciar também na sustentabilidade da produção e do meio ambiente. Sobre o tema, a Embrapa Café lança a Circular Técnica 4 Lavadores e Sistema de Reúso da Água no Preparo do Café. Cafeicultores apostam na rastreabilidade para ganhar mercado internacional A publicação mostra diferentes tecnologias para a lavagem, como máquinas cada vez mais eficientes no uso da água para compor as novas unidades de processamento, e separação dos diversos tipos de fruto cafés (cereja, boias, verdoengos e verdes), bem como o reúso da água pelo Sistema de Limpeza de Água Residuária – SLAR na produção de café cereja descascado. Lavagem do café Para lembrar da importância da etapa de lavagem para a produção de café de qualidade superior, o pesquisador Juarez Souza e Silva diz que, mesmo retirando-se todas as impurezas, como paus, pedras e folhas, durante a abanação, o lavador cumpre a tarefa de retirar o material fino aderido à superfície dos frutos e ainda separa os frutos maduros dos boias – aqueles secos, brocados, malformados e imaturos – e outros materiais estranhos. – É com a adoção do lavador ou separador hidráulico que, em função da densidade, cafés que flutuam na água, comumente chamados boias, são separados dos frutos pesados. Além da separação dos boias, os frutos maduros (cerejas) podem, ainda, ser separados dos frutos parcialmente maduros (verde cana) no descascador de cerejas. Finalmente, depois de submetidos a uma secagem adequada para cada tipo, segundo classificação acima, devem ser armazenados separadamente – explica o pesquisador. Opções para a cafeicultura com pequena escala de produção – A publicação ensina como construir lavadores de baixíssimo custo de produção, como por exemplo o Maravilha, o tipo caixa e tela sombrite e o com sistema basculante. Os modelos de lavadores com o sistema basculante para separação de cerejas foram pensados para serem construídos com parte dos recursos encontrados na fazenda e pode ter 50% de sua estrutura feita em alvenaria de tijolo e devidamente impermeabilizada com argamassa de cimento. O Maravilha foi um dos primeiros lavadores a surgir e tinha como principal característica a eficiência no processo de separação, sendo um lavador semelhante e tão bom quanto os mecânicos. Um lavador moderno nada mais é que um lavador Maravilha com sistema de transporte mecanizado e com racionalização do uso da água. Já o tipo caixa de tela sombrite, como o próprio nome sugere, o café boia e materiais leves são retirados com o auxílio de uma peneira comum, muito utilizada na abanação do café. Para retirar o café pesado (maduros e verde cana), basta levantar a tela sombrite, drenar a água de lavagem e separação e transportar o café para a operação seguinte. De modo geral, todos os sistemas alternativos aos lavadores mecânicos tradicionais podem ser construídos facilmente e com materiais e mão-de-obra facilmente disponíveis próximos à fazenda. A circular da Embrapa informa todos os passos de forma didática e ainda instrui casos de necessidade de treinamento e licenciamento prévio, como para quem pretende comercializar as tecnologias apresentadas. O SLAR Desenvolvido pela Embrapa Café, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig e Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, o Sistema de Limpeza de Água Residuária (SLAR) é constituído por três caixas de decantação/flotação e duas peneiras filtros que podem ser construídos na propriedade com custos reduzidos. As caixas retêm os resíduos mais densos que a água por decantação e os menos densos por flotação. Os resíduos com potencial para obstruir os esguichos do cilindro do descascador são retidos nas peneiras (filtro). – Assim que a água tenha sido usada em quatro ou cinco recirculações, é destinada ao processo de fertirrigação e o resíduo das caixas (decantado e sobrenadante) é encaminhado para o processo de compostagem – explica o pesquisador. Os autores da Circular Técnica 4 constataram que o reúso da água residuária, após passar pelo SLAR, possibilitou reduzir em 76% o gasto de água no processamento dos frutos do cafeeiro e que, além desse aspecto, o sistema de filtragem evita o entupimento frequente dos orifícios por onde sai a água do descascador quando a remoção dos resíduos grosseiros não é utilizado. A publicação pode ser baixada em pdf, no site da Embrapa. EMBRAPA

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