Publicado em 31/10/2019 16:34 e atualizado em 31/10/2019 17:06
Após iniciar o dia com leves altas, o mercado futuro do café estendeu ganhos encerrou a sessão desta quinta-feira (31) com valorização de até 265 pontos na Bolsa de Nova York (ICE Future US).
Após alguns dias de valores mais baixos, o contrato com vencimento em dezembro/19 voltou ao patamar de U$ 1 dólar/lbp, com alta de 260 pontos e finalizando o dia por 101,95 cents/lbp.
Março/20 teve elevação de 265 pontos e foi cotado a 105,40 cents/lbp, maio/20 também teve alta de 265 pontos, por 107,55 cents/lbp e julho/20 registrou alta de 255 pontos e finalizou o dia por 109,50 cents/lbp.
Apesar dos números serem expressivos, o analista de mercado Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, acredita que não há um motivo específico para as altas, mas destaca que o cefeicultor brasileiro está resistindo em vender nos preços atuais do mercado.
"Não tem uma razão principal. Existe de um lado uma resistência muito grande do cafeicultor brasileiro em vender nas bases atuais. Primeiro, porque a safra é de ciclo baixo e os preços são considerados muito ruins", afirma. Segundo o analista, há no mercado a sensação de que até os cafeicultores mais eficientes e mecanizados não estão vendo retorno com os valores praticados pelo mercado.
"O produtor vende para pagar conta e agora que o Governo Federal e o Conselho Nacional do Café anunciou a prorrogação de financiamentos, tem uma parte dos produtores que estão fazendo isso", comenta.
O analista destaca ainda que quem precisa comprar café está encontrando dificuldades em comprar quando os preços são baseados na Bolsa de Nova York. "Os cafeicultores sempre estão pedindo R$ 20 ou R$ 30 acima do que estão oferecendo e isso é um indício, para quem opera com bolsa, que os preços não estão nos patamares que deveriam estar", afirma.
Assim como sites internacionais já vêm destacando há algum tempo, o especialista afirma que as condições do tempo no Brasil podem estar influenciando diretamente nos preços. "O clima é muito incerto. Hoje aqui em Santos/SP, por exemplo, está um dia quente de verão. E esse clima irregular tem sido muito comum, chuvas irregulares e ondas de calor fora de hora", afirma.
Além da Bolsa de NY ter registrado alta, o dólar também anotou uma variação significativa ante ao real. Por volta das 16h28 (horário de Brasília), o dólar registrava alta de 0,66% e era cotado a R$ 4,014 na venda. "Teoricamente quando sobe o dólar, cai a bolsa. Porque eles fazem essa arbitragem", afirma. Ele acredita que grandes operadores em NY acreditam que a cotação não ficará mais abaixo desses patamares e por isso a movimentação atípica.
Sobre a próxima safra, Eduardo afirma que os produtores já estão todos atentos e acompanhando as floradas para fazer alguma estimativa. A expectativa é que a próxima temporada seja de ciclo alto.
Mercado Interno
As altas na Bolsa de Nova York também influenciam nos preços do mercado no Brasil. "Se a alta se mantiver, os preços em reais vão subir também. Pode ser que o mercado se movimente um pouco. Hoje mesmo os preços melhoraram aqui no físico, só que não o suficiente para elevar o volume de negócios", afirma o analista.
O tipo 6 duro registrou alta nas principais praças do país. O maior valor negociado foi em Guaxupé/MG, com variação de 2,33% e preço por R$ 440,00. Poços de Caldas/MG registrou a maior elevação, com 2,41% e preço por R$ 425,00. Em Espírito Santo do Pinhal a elevação foi de 2,38% com preço por R$ 430,00. Franca/SP teve alta de 1,16% e finalizou o dia por R$ 435,00.
O tipo cereja descascado registrou a maior alta em Varginha/MG, com 6,67% e preço por R$ 480,00. O maior valor de negociação foi registrado em Guaxupé/MG, por R$ 489,00 e alta de 1,88%.
O tipo 4/5 registrou alta em todas as praças do país. Em Varginha/MG a alta foi de 2,33% e preço estabelecido por R$ 44,00. Poços de Caldas/MG registrou aumento de 0,71% e foi cotado a R$ 435,00. Em Franca/SP foi registrada a maior negociação por R$ 445,00 e alta de 1,14%.
Na quarta-feira (30), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 424,07 com alta de 0,59%.
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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas
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