segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Agronegócio busca alternativas para aliviar crise do milho em SC

Agronegócio busca alternativas para aliviar crise do milho em SC





Agronegócio busca alternativas para aliviar crise do milho em SC
29/02/16 - 09:09 


O agronegócio catarinense articula várias iniciativas para reverter o quadro do superencarecimento de milho que afeta as maiores cadeias produtivas e ameaça causar pesados e irreversíveis prejuízos à avicultura e à suinocultura industrial. Os preços do milho atingiram em meados de janeiro uma máxima nominal histórica, aquecidos por fortes exportações, alta do dólar e reduzida safra das águas e, desde então, não recuaram. Entretanto, novos fatos podem amenizar os efeitos da crise, na avaliação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC).
Há previsão de que o preço do milho recue no mercado interno, expectativa baseada em vários fatores. Os portos brasileiros suspenderão em março o carregamento do milho para embarcar a safra da soja com destino aos diversos mercados mundiais, tradicionais compradores desse grão brasileiro. Essa operação deve se manter até setembro ou outubro. Por outro lado, a partir de junho começa a ser colhida a safrinha de milho, estimada entre 65 milhões e 70 milhões de toneladas.
“Esses dois fatos conjugados significam mais milho para venda e consumo no mercado interno com pressão de venda dos agricultores que desejarão aproveitar o aquecimento do mercado”, prevê o presidente da FAESC José Zeferino Pedrozo.
Paralelamente a essa mudança de cenário, em Santa Catarina, o governo estadual trabalha para trazer de trem o milho do centro-oeste brasileiro através das ferrovias Ferroeste e América Latina Logística. A ideia é embarcar o cereal em Moto Grosso e Mato Grosso do Sul e trazê-lo até Mafra (SC) e Lages (SC). Essa operação produziria uma expressiva redução de custos de R$ 7 reais por saca, mas exigirá a instalação de entrepostos e armazéns no planalto norte e na serra.
Na mesma direção, as agroindústrias planejam trazer milho do norte pelo transporte de cabotagem, o que também reduziria o custo.
Pedrozo assinala que, no plano internacional, a expectativa de que a China despeje no mercado grandes volumes de milho de seus estoques e a aproximação do início do plantio da nova safra americana tendem a reforçar o cenário de oferta abundante e, assim, frear a reação altista das cotações do grão na bolsa de Chicago, principalmente se não houver nenhum sobressalto climático.
A conjugação dessas possibilidades aliviará a crise para as agroindústrias, mas os efeitos mais positivos somente serão sentidos no segundo semestre. A avaliação da FAESC é corroborada pelas entidades do agronegócio Organização das Cooperativas do Estado de SC (OCESC), Coopercentral Aurora Alimentos, Sindicato das Indústrias da Carne (SINDICARNE) e Associação Catarinense de Avicultura (ACAV).
QUADRO CATARINENSE
 A raiz da crise localiza-se nas rápidas e imprevisíveis mudanças do mercado que fizeram o preço do milho saltar de R$ 27 reais a saca em outubro para entre  R$ 43 e R$ 47 reais em janeiro e fevereiro, marcado por forte e persistente viés de alta.
À rigor, nesse momento, não há escassez nem excesso de milho no mercado, mas a opção pela exportação drenou 30 milhões de toneladas do mercado doméstico para o mercado internacional. Dessa forma, os criadores de aves e suínos e as indústrias pagam, desde o ano passado, o valor correspondente à cotação internacional para comprar milho destinado a sua transformação em carne.
Essa situação afeta todo o País, porém, é mais grave em Santa Catarina que está longe de obter autossuficiência em milho. O Estado é o maior comprador de milho dentro do Brasil. Santa Catarina possui o mais avançado parque agroindustrial do País, representado pelas avançadas cadeias produtivas da avicultura e da suinocultura. Essa fabulosa estrutura gera uma riqueza econômica de mais de 1 bilhão de aves e 12 milhões de suínos por ano, sustenta mais de 150 mil empregos diretos e indiretos e gera bilhões de reais em movimento econômico.

Agrolink com informações de assessoria

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