quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

26/02/2014 - 10:13

26/02/2014 - 10:13 Novas tecnologias e boas práticas são destaque no 4º Dia de Campo sobre Sistemas Integrados Embrapa Agrossilvipastoril Após dias seguidos de chuva, o tempo abriu e possibilitou que produtores, técnicos, estudantes e demais interessados de Sinop (MT) e região conhecessem novas tecnologias disponíveis para o campo e reforçassem o conhecimento sobre algumas técnicas já disseminadas. Eles participaram do 4º Dia de Campo sobre Sistemas Integrados, promovido pela parceria entre Embrapa e Sistema Famato e realizado no Sítio Tecnológico da Embrapa Agrossilvipastoril. O evento contou com a participação de 250 pessoas, que optaram por um dos dois roteiros tecnológicos disponíveis. Em cada roteiro foram realizadas quatro apresentações com demonstrações práticas sobre um determinado tema. Esta foi a primeira vez que o dia de campo foi realizado neste formato. A modificação foi feita com base na avaliação feita pelos participantes das edições anteriores. Nas estações de campo, pesquisadores da Embrapa e de instituições parceiras abordaram diferentes temas relacionados aos sistemas integrados de produção. “O objetivo de um dia de campo como este é jogar a informação para que os participantes saibam o que a Embrapa está fazendo. Algumas coisas são novidade e outras são trivial, mas que precisam de insistência pois são importantes para o setor produtivo”, destaca o chefe de transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril e coordenador do evento, Lineu Domit. De acordo com Lineu, o dia de campo é um espaço para instigar os participantes a buscarem mais informações sobre os assuntos abordados. “Ninguém sairá daqui e implantará a tecnologia na fazenda. Queremos que vejam o que eles têm a disposição, busquem mais informações com os técnicos que os assistem e depois sim possam adotar a tecnologia”, afirma. Para o gestor do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e representante do Sistema Famato, Daniel Latorraca, a escolha dos temas foi acertada e vai de encontro às demandas da classe produtora. “As palestras escolhidas para este dia de campo foram muito oportunas. Os produtores de Mato Grosso hoje vêm enfrentando novos desafios. A Helicoverpa, por exemplo, o pensamento de fazer o pasto de segunda safra e as novas tecnologias também. Acredito que as abordagens foram muito práticas. Mas poderíamos ter mais produtores participando”. Temas Uma das novidades deste 4º Dia de Campo sobre Sistemas Integrados foi o pré-lançamento do cultivar de capim BRS Zuri. A forrageira tropical foi desenvolvida pela Embrapa Gado de Corte e a partir de março será uma opção para que os pecuaristas mato-grossenses possam diversificar as pastagens em suas propriedades. De acordo com a pesquisadora Cacilda do Valle, uma das principais características desta planta é o alto grau de resistência ao fungo foliar Bipolaris maydis. “A BRS Zuri é um material com grande produtividade, com muito bom valor nutritivo e mais facilidade de manejo do que o próprio Mombaça. A Zuri entra como alternativa de substituição do Tanzânia que vem sofrendo muito com a mancha da folha. É um Panicum maximun, então recomendado para solos de alta produtividade, com adubação de manutenção. É um material de alto valor nutritivo que serve para carne e leite a pasto”, explica. Outros materiais novos apresentados foram a BRS Paiaguás, uma braquiária de alta produtividade na seca, porém suscetível à cigarrinha, e a BRS Tupi, uma humidícola com maior potencial produtivo do que a humidícola comum e que se apresenta como boa alternativa para solos encharcados, onde ocorre a síndrome da morte do capim Marandu. Outra novidade apresentada no dia de campo foram as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa para avaliação das emissões de gases causadores de efeito estufa por diferentes sistemas produtivos. Por meio de uma abordagem prática, o pesquisador Renato Rodrigues fez uma contextualização do histórico da quantidade de carbono na atmosfera, da mudança climática e do compromisso voluntário assumido pelo Brasil na Conferência do Clima para reduzir suas emissões. Como a agricultura é uma das atividades responsáveis pelas emissões, as pesquisas poderão dar subsídios para políticas públicas e para possíveis políticas de crédito rural, como já ocorre com o Programa ABC. Temas como a agricultura de precisão e sensoriamento remoto, manejo integrado de pragas, arborização de pastagens, apicultura, manejo do componente florestal em sistemas iLPF, cultivares de soja livre e cultivo de banana em sistemas agroflorestais também foram abordados durante o evento. “O evento foi muito bem organizado. Acho que traz realmente o que o produtor precisa e que nós como técnicos também precisamos saber no dia-a-dia”, avalia o técnico Cristiano Adamis, que escolheu o roteiro A para acompanhar as informações sobre agricultura de precisão. Para o estudante de gestão ambiental Ciro Caio Soares de Carvalho, que acompanhou o roteiro B, o dia de campo trouxe informações importantes para sua formação. “O roteiro foi bem elaborado e as explanações foram muito boas. Gostei muito do que a Embrapa passou e nos ofereceu neste sentido. Eu que sou estudante, procurando informação sobre estes setores, acho que o que vi foi de grande valia. E tenho certeza que para o produtor rural também foi”, disse o estudante que se disse muito atraído pela apicultura. Na avaliação do diretor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso, Neri Ribas, o dia de campo contemplou temas que são fundamentais para a classe produtora. “Os temas são extremamente atuais. Manejo integrado de pragas, pastagem, apicultura... Você mescla todos os tipos de atividades que podem ser desenvolvidas nas propriedades, sejam elas grandes, médias ou pequenas e atende as necessidades de quem vem em busca de informações”, avalia. Parceria Este foi o 4º Dia de Campo sobre Sistemas Integrados promovido pela Embrapa Agrossilvipastoril em Mato Grosso e o segundo realizado em parceria com o Sistema Famato. A parceria visa facilitar a ponte entre a pesquisa e o produtor, fazendo com que as novas tecnologias cheguem mais rapidamente ao campo. Em 2014 as instituições promovem em conjunto mais seis dias de campo sobre integração lavoura-pecuária-floresta. Os eventos serão em Unidades de Referência Tecnológica em diferentes regiões do estado.

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