Publicado em 01/10/2019 15:25
Por Patricia Zengerle e Lisa Lambert
WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, se opôs com ênfase nesta terça-feira a uma medida da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos para obter depoimentos de cinco funcionários atuais e antigos do Departamento de Estado como parte de um inquérito de impeachment contra o presidente Donald Trump, acusando democratas de assédio e intimidação.
Os cinco funcionários têm depoimentos agendados para esta semana e a próxima. A Câmara, liderada pela oposição democrata, está analisando um pedido feito por Trump ao presidente da Ucrânia para que este investigasse o pré-candidato presidencial democrata Joe Biden.
Na semana passada, democratas deram a largada na iniciativa do impeachment com base na denúncia de um delator contra o presidente feita por uma pessoa da comunidade de inteligência dos EUA, que acusou Trump de solicitar interferência estrangeira na eleição de 2020 para seu próprio benefício político.
A presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, lançou na semana passada um inquérito de impeachment sobre Trump em reação ao caso ucraniano. O processo pode levar a um julgamento no Senado para se decidir se Trump será afastado ou não do cargo, mas os colegas republicanos do presidente controlam o Senado e mostram pouca inclinação para removê-lo.
Pompeo, que está na Itália para uma visita de três dias, se opôs a um pedido do deputado democrata Eliot Engel, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, para seu departamento liberar as autoridades para os depoimentos. Entre os funcionários convocados estão Marie Yovanovitch, ex-embaixadora dos EUA para a Ucrânia, e Kurt Volker, ex-representante especial norte-americano para a Ucrânia.
Em uma carta publicada no Twitter, Pompeo disse a Engel: "Estou preocupado com aspectos de seu pedido que podem ser entendidos como uma tentativa de intimidar, assediar e tratar indevidamente os distintos profissionais do Departamento de Estado, incluindo vários funcionários de carreira das Relações Exteriores, que o comitê está mirando agora".
Pompeo informou que seu departamento responderá a uma intimação do Comitê de Relações Exteriores até sexta-feira. Ele disse que as datas propostas para os depoimentos não proporcionam tempo adequado para a preparação e que os funcionários podem não comparecer a nenhum depoimento sem um conselheiro do Executivo presente para controlar a revelação de informações confidenciais.
O telefonema de 25 de julho de Trump ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, ocorreu depois de Trump congelar quase 400 milhões de dólares em ajuda concebida para auxiliar a Ucrânia a lidar com uma insurgência de separatistas apoiados pela Rússia no leste do país. A ajuda foi concedida mais tarde.
(Reportagem adicional de David Morgan, Roberta Rampton, Susan Heavey e Doina Chiacu)
Fonte: Reuters
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