quinta-feira, 29 de maio de 2014
Mais biodiesel no combustível chama atenção para soja em MT
Mais biodiesel no combustível chama atenção para soja em MT
A partir de julho, o óleo diesel comercializado no país terá de trazer em sua composição 6% de biodiesel, e de novembro em diante, o percentual sobe para 7%
Com o aumento do biodiesel no combustível, há toda uma atenção do mercado da soja, já que o grão é a principal matéria-prima do biodiesel e Mato Grosso, o maior produtor nacional da oleaginosa. A expectativa positiva se alicerça na velha lei que regula a oferta e a procura, quanto maior a demanda, melhores serão os preços.
As mudanças foram anunciadas ontem pelo governo federal. A presidente Dilma Rousseff disse que a elevação da mistura obrigatória de biodiesel ao diesel vai permitir a redução da importação de óleo diesel e não vai gerar impacto significativo na inflação. O aumento foi anunciado em cerimônia no Palácio do Planalto.
Mas para a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) vê a medida como vantajosa, pois a soja é a principal matéria-prima utilizada na fabricação do biocombustível. “A expectativa é de que, com o aumento da demanda por soja por causa desta adição, haja aumento também na competitividade interna do mercado, podendo melhorar os preços para o produtor rural”, diz o gerente de Planejamento da entidade, Cid Sanches.
A notícia vem em boa hora, já que em Mato Grosso os produtores estão planejando a nova safra, a 2014/15, podendo ampliar a área a ser cultivada a partir de setembro. Antes do anúncio da presidente, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) havia divulgado a primeira estimativa para o ciclo 2014/15 que mostra um novo recorde. A cobertura deve atingir 8,67 milhões de hectares, superfície que se confirmada, será a oitava expansão ininterrupta da atividade no Estado. A produção está prevista para o volume inédito de 27 milhões de toneladas.
Como destaca a Aprosoja/MT, estudos revelam que a indústria brasileira tem capacidade para processar o óleo vegetal em até 10% de mistura no óleo diesel. Prova disso é que, atualmente, muitas indústrias estão ociosas no país. Segundo Sanches, a obrigatoriedade é vantajosa porque o produto fica no mercado interno, há geração de mais empregos e as indústrias voltam a operar com capacidade total.
Mato Grosso é um grande consumidor do óleo diesel, cerca de 60% a 70% do volume comercializado anualmente é de diesel. Conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o Estado consumiu no ano passado pouco mais de 4 bilhões de litros de combustíveis, sendo que desse total, 2,70 bilhões só de óleo diesel.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), outra vantagem do biodiesel é que ele contribui para a redução das importações de diesel mineral. Atualmente, de todo o diesel consumido no país, mais de 20% têm origem externa.
Algumas indústrias em Mato Grosso estão começando a esmagar milho, mas para a produção de etanol. De acordo com o gerente de Planejamento, o óleo de milho tem alto valor agregado e a porcentagem deste óleo gerado no esmagamento é menor do que na soja, o que não daria vantagem na produção para biodiesel.
No Brasil, cerca de 70% do biodiesel é produzido com soja, 20% com sebo bovino, 4% com óleo de algodão e 6% com outras matérias-primas. O governo deverá publicar a MP do Biodiesel que atualiza o marco regulatório do biodiesel no "Diário Oficial da União" nos próximos dias.
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Data de Publicação: 29/05/2014 às 19:00hs
Fonte: Aprosoja/MT
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