quarta-feira, 30 de março de 2016

REGIÃO TEM PREJUÍZO DE R$ 151 MILHÕES NA PRODUÇÃO DE GRÃOS

REGIÃO TEM PREJUÍZO DE R$ 151 MILHÕES NA PRODUÇÃO DE GRÃOS





REGIÃO TEM PREJUÍZO DE R$ 151 MILHÕES NA PRODUÇÃO DE GRÃOS
30/03/16 - 10:28 


O fenômeno climático ‘El Niño’ trouxe um prejuízo multimilionário aos agricultores da Região dos Campos Gerais. O clima irregular, com muitas chuvas durante o plantio de grãos para a safra de verão, afetou a qualidade dos cultivares e trouxe quebra na produção nas três principais culturas da região: feijão, milho e soja. Estimativa realizada junto ao Núcleo Regional do Departamento de Economia Rural em Ponta Grossa (Deral), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (SEAB), aponta que houve perdas superiores a R$ 100 milhões somente com o cultivo da soja e do milho.
O feijão foi o cultivo que registrou a maior quebra. De acordo com o economista do Deral no município Luiz Alberto Vantroba, a expectativa para o feijão era de colher 2,2 mil quilos por hectare nesta primeira safra, valor que caiu em quase 20%, para 1.770 quilos por hectare. “Como o feijão tem um ciclo mais curto, de 90 a 100 dias, enquanto que a soja, por exemplo, têm 120, a capacidade de recuperação é menor. Qualquer adversidade reflete com maior intensidade”, diz. Os 42 mil hectares plantados na 1ª safra já foram colhidos.
O milho foi o segundo cultivo mais afetado. A média esperada era de 10 mil quilos por hectare, produtividade próxima à obtida na safra passada. Mas, com 90% do grão colhido, o que se viu foi uma produtividade 11,2% menor, de 8,8 mil quilos por hectare. “Visualmente apresentava-se bem na época do desenvolvimento. Mas com a falta de luminosidade, as espigas deram menores e os grãos com menos peso”, explica. A área plantada foi de 75 mil hectares.
Já no caso da soja, com mais da metade dos 533 mil hectares plantados já colhidos, a redução foi bastante menor, de aproximadamente 3%. Ainda assim, o prejuízo é notável. “Começamos com 3,6 mil quilos por hectare e agora estamos em 3.490 quilos. Como choveu muito em novembro, que é o prazo ideal, até o dia 15, grande parte foi plantado em dezembro. Resta colher a soja tardia, o que alguns falam que vai melhorar, e outros que não, porque pegou ferrugem”, relata Vantroba, explicando que há muita diferença de produtividade média entre as propriedades.
Dessa forma, com a estimativa da perda de 59 mil toneladas de soja, e de 89 mil toneladas de milho a menos, levando em conta os preços dos grãos na região, a perda estimada é de R$ 60 milhões para a soja e R$ 51,5 milhões para o milho. Com o feijão, contabilizando a média dos tipos preto e carioca, que resulta em uma perda de R$ 40 milhões, a quebra totaliza mais de R$ 151,5 milhões.
SAFRA DE VERÃO E INVERNO
Paraná deverá repetir volume colhido na safra passada
Segundo o relatório de março do Deral, somadas a safra de grãos de verão, segunda safra e safra de inverno, o Paraná tem potencial para colher 38 milhões de toneladas, repetindo o volume colhido em 2015. A safra paranaense de grãos de verão 2015/16, que está sendo finalizada, deverá apresentar uma quebra de produção em torno de 6%, em relação ao mesmo período do ano passado.
Mesmo com excesso de chuvas, será colhido um volume de 20,7 milhões de toneladas. O milho safrinha deverá crescer 9%, enquanto que a safra de inverno, liderada pelo plantio de trigo, começa a ser plantada no início de abril e poderá render um volume de 4,1 milhões de toneladas – 11% acima do volume colhido em 2015.
Em novembro
Grande volume de chuvas atrapalhou o plantio da soja
O volume de chuvas no Paraná, entre setembro de 2015 e o início de fevereiro de 2016, foi acima do normal. As adversidades, como explica Vantroba, são atribuídas ao El Niño. “Tudo é resultado do fenômeno. Choveu em excesso e faltou luminosidade, aumentando a incidência de doenças”, explica. Em um levantamento pluviométrico, referente ao mês de novembro, ele observou que, chuvas foram registradas em 22 dias. “Houveram muitos problemas, com máquinas encalhadas, o plantio foi interrompido pela chuva, e tudo isso está repercutindo agora”, conclui.


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