segunda-feira, 29 de maio de 2017

Eraí Maggi afirma que JBS instalou caos, deu prejuízo no sistema financeiro e no setor produtivo

Da Reportagem Local - Ronaldo Pacheco/ Da Redação - Lucas Bólico
29 Mai 2017 - 14:24





O megaprodutor de soja Eraí Maggi (PP) criticou duramente a empresa JBS Friboi pelo escândalo envolvendo o presidente da República, Michel Temer (PMDB), mas também pela atuação no mercado da carne em Mato Grosso, que segundo ele tem prejudicado os pecuaristas, pelo domínio da empresa no segmento. 


Pecuaristas cobram ICMS zero na venda de boi em pé fora de MT para escapar da hegemonia da JBS
 
No centro da crítica de Maggi está a atuação “predatória” da JBS no mercado de Mato Grosso, inclusive comprando plantas de frigoríficos concorrentes para o fechamento, na sequência. “Creio que são os estados [do Centro Oeste] mais prejudicados com o cartel, com a bandidagem que foi feita aqui e continua fazendo. O prejuízo tem que ser denunciado muito forte, não só no sistema financeiro, mas no sistema comercial com o cartel que eles fizeram aqui fechando frigorífico. Alugam e fecham, alugam e fecham”, indignou-se.
 
Quanto a gravação do presidente Michel Temer, em que o empresário Joesley Batista aborda a “compra” do silêncio do ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha, Eraí afirma que a turbulência política provocada pelo áudio atrapalhou a economia do Brasil entrar nos trilhos.
 
“Se teve erro do presidente, a Justiça vai definir, vai olhar, mas é uma pena, o Brasil estava dando uma andada bacana, os empresários voltando a acreditar, os investimentos voltando a retornar para nós retornar o emprego no país. Então o que eles fizeram foi uma sacanagem das grandes levar esse caos que está levando ao Brasil, mas o Brasil é mais forte que isso”, criticou.
 
 “[Vejo] com muita tristeza, é muito chato o que aconteceu, pois o país estava andando bem. São criminosos que fizeram um cartel. Eu vejo a Mírian Leitão falando na Rede Globo que isso deu prejuízo grande para o sistema financeiro, mas ela não está vendo o prejuízo que deu e está dando aqui com os produtores, drenando dinheiro do Brasil para o exterior. Creio que poderíamos ter um preço da carne de 10% a 15% a mais do que estamos recebendo no Brasil e esse cartel de fechar os frigoríficos aqui, alugar, fechar, o produtor ter que andar 500 km pra abater perde muito, o boi se machuca nas beiras da carroceria e essa carne vai pra graxaria, perde peso e fora o preço achatado que nós temos que poderia ter um preço melhor”, completou.
Segurança jurídica
 
Não bastasse toda a turbulência política causada pelas delações e pela Lava Jato, as manifestações que tem arrastado os movimentos sociais para as ruas também preocupam o setor produtivo. “É uma pena o que aconteceu [quarta-feira 24], aqueles vândalos. Temos que discutir é na conversa, na democracia, não da forma como fizeram. Ficamos sentidos e imagino a nossa imagem mundo a fora, para os investidores que vêm aqui, mas acredito que teremos uma solução bacana”, criticou, sobre o ato que acabou com um princípio de incêndio na recepção do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
 
“O problema é este. [Os investidores] veem a imagem do Brasil lá fora não é, é o que vai passar, é muito triste o que aqueles vândalos fizeram, meu Deus”, completou.

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