segunda-feira, 29 de maio de 2017

Com feriado do Memorial Day nos EUA, bolsas de Chicago e Nova York não operam nesta 2ª feira



Nesta segunda-feira (29), comemora-se o feriado do Memorial Day nos Estados Unidos e os mercados por lá, dessa forma, não operam


As commodities agrícolas começam a semana sem suas principais referências internacionais com o não funcionamento das bolsas de Chicago e Nova York. Nesta segunda-feira (29), comemora-se o feriado do Memorial Day nos Estados Unidos e os mercados por lá, dessa forma, não operam.
Além disso, é feriado também na China. Desde ontem, se comemora por lá o Dragon Boat Festival, quando se celebra - já há mais de 2 mil anos - o poeta Qu Yuan.
Os negócios serão retomados, em ambos os países, nesta terça-feira (30). Lembrando, portanto, que as cotações exibidas na página inicial do Notícias Agrícolas são as referências do fechamento da última sexta-feira (26).
Veja como fecharam os mercados da soja, do milho e do café na última semana:
  • Soja: Preços no Brasil acumulam baixas de até 4% e voltam aos patamares pré-crise política
Acumulando uma tensão pré-feriado nos Estados Unidos (a Bolsa de Chicago não opera na próxima segunda-feira em razão do Memorial Day) os futuros da soja intensificaram sua baixas na sessão desta sexta-feira, tornando o saldo semanal ainda mais negativo depois de as posições mais negociadas perderam mais de 11 pontos.
Os recuos acumulados ficaram entre 2,36% e 2,78% e com as quatro das principais referências deste momento - julho, agosto, setembro e novembro - abaixo dos US$ 9,30 por bushel. O mais negociado - julho/17 - testou suas mínimas em 13 meses depois dessas perdas.
A pressão decorre frente ao gigantesco volume de oferta da oleaginosa mundial. As produções recordes da safra 2016/17 elevam os estoques mundiais da commodity para 90 MTs, o que deixa a especulação do mercado com dificuldades de entrar comprando no atual momento de incertezas climáticas na safra que está sendo apenas plantada nos Estados Unidos.
A recente desvalorização do Real tem acelerado a campanha de exportação brasileira com o adicional de vendas no mercado físico, com ofertas no porto ainda mais competitivas e alto poder de barganha, adicionando perdas nas cotações em Chicago.
Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado aproveitou o momento para uma realização de lucros, com os fundos liquidando boa parte de sua posições já em uma preparação para o início da próxima semana, a qual promete ser bastante volátil.
Nesta quinta-feira (25), o julho perdeu o suporte dos US$ 9,40 e desencadeou um movimento mais intenso de baixas, fazendo o contrato perder os US$ 9,30, na sequência. "Mas, nestes patamares, o mercado já se mostra bastante comprador", diz Brandalizze.
Afinal, uma série de fatores se junta para influenciar o andamento e a formação dos preços da oleaginosa daqui em diante, com o clima nos Estados Unidos ainda no centro dos negócios, mas ao lado da relação dólar x real e da movimentação dos produtores no Brasil.
Diante disso, o que esperar das cotações na próxima semana?
Clima nos EUA e nova safra de grãos
O mercado está bastante atento neste momento às condições de clima nos Estados Unidos, principalmente a partir de junho, quando começa o desenvolvimento mais efetivo das lavouras norte-americanas. E é nesse período que as previsões indicam, a partir do dia 5, uma volta das temperaturas e das chuvas à normalidade, segundo as últimas previsões da AgResource Brasil.
"Um período com intempéries ainda é observado para os primeiros 4 dias de junho, com temperaturas mais frias e chuvas generalizadas por grande parte dos Estados Unidos. Apesar de um padrão climático “atípico” no período, as temperaturas e precipitações voltam a normalidade a partir do dia 5 de junho. O mês de junho se mostra com um clima regular, até o momento", informa a consultoria em seu reporte diário.
Enquanto isso, e apesar de alguns problemas pontuais em decorrência do excesso de chuvas e do frio que vem sendo registrado no Corn Belt, o plantio da soja se desenvolve bem no país e até o último domingo (21) já chegava a 53% da área. Novos números atualizados chegam na próxima terça-feira, 30 de maio, às 17h (Brasília), após o fechamento do mercado.
Para o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, sem relatos de problemas graves na nova safra americana, a pressão da temporada 2017/18 dos EUA deve continuar sobre as cotações.
"Se o clima seguir 'normal', a safra 2017/18 já será, evidentemente, muito maior do que a 2016/17, que já foi recorde e que influenciou os preços, colocando-os em patamares mais baixos", explica. Ainda de acordo com o consultor, nesse cenário favorável, os preços da oleaginosa podem seguir pressionados até o estágio de floração, quando o se trata de um novo momento em que as condições de clima têm forte influência no andamento do mercado.
Os traders seguem atentos ainda a como os produtores americanos irão tratar a possibilidade de uma migração da área de milho para a soja diante do clima e de uma janela ideal praticamente encerrada para o cereal. Segundo o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, "esse é um momento mais especulativo do que certeiro" sobre essa possível transferência. Novos números de área chegam em 30 de junho e esse movimento pode ou não ser confirmado.
O mercado internacional de grãos entra agora, para Motter, em um período de intensa volatilidade e com uma tendência ainda nebulosa, difícil de ser traçada.
Dólar e Preços no Brasil
Após a disparada da última semana, o dólar devolveu boa parte dos ganhos e fechou com uma alta semanal de apenas 0,25%, valendo R$ 3,2654. Na sessão desta sexta-feira, a moeda americana subiu 0,54%. E essa movimentação também deverá estar em voga na próxima semana, novamente, já que irá direcionar o comportamento dos produtores brasileiros em relação à comercialização.
"O mercado está oscilando pontualmente entre 3,25 e 3,30 reais. O investidor está de olho no Congresso, esperando o desfecho da crise e não está montando novas posições", afirmou o operador da corretora Spinelli Corretora José Carlos Amado à agência de notícias Reuters.
Do meio da semana passada até o final desta, o Brasil vendeu, segundo relata Vlamir Brandalizze, cerca de 3 milhões de toneladas de soja em grão. O ritmo das vendas, embora já mais ameno nestes últimos dias, melhorou diante de um dólar mais alto - e, consequentemente de uma maior competitividade da soja brasileira e de melhores preços em reais - e também pesou sobre os preços no mercado futuro norte-americano. No mês de maio, a divisa já acumula alta de 3,55%.
E a recente perda de ritmo, mais uma vez, chegou com a acomodação das cotações no Brasil depois da euforia na última semana no momento pós-delações dos irmãos Batista, donos da JBS, que abalou as estruturas do governo federal em Brasília. No interior do Brasil, as perdas ficaram entre 0,83% e 3,31% no acumulado da semana. As referências voltaram a atuar entre R$ 54,00 e R$ 62,00 por saca nas principais praças de comercialização.
Nos portos, os indicativos chegaram a 4,86% - como no disponível em Rio Grande, onde o último preço foi de R$ 68,50, contra os R$ 72,00 da sexta-feira anterior (19). Em Rio Grande, o preço foi, em uma semana, de R$ 70,00 para R$ 68,50 por saca, com uma perda de 2,14%.
"Se pegarmos os preços em vigor hoje, eles voltam ao período anterior à essa nova turbulência política que estamos vivendo, quando o câmbio chegou a bater em R$ 3,40, e nesta semana ele se postou em um estreito patamar de R$ 3,25 a R$ 3,30. Ainda em relação ao período pré-crise, temos um dólar melhor remunerador, porém, tivemos uma pressão sobre os preços internacionais", explica Camilo Motter.
  • Café: NY reage nesta 6ª, fecha semana com acumulado levemente negativo e vencimentos acima de US$ 1,30/lb
Apesar de fecharem em alta na sessão desta sexta-feira (26), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a semana com leve baixa de 0,68% no vencimento julho/17. Saindo de 132,10 cents/lb na semana passada para 131,20 cents/lb. O mercado acompanhou nos últimos dias as informações sobre a oferta na safra 2017/18, o câmbio – ainda com reflexos do cenário político – e, do lado altista, as chuvas no Brasil que atrapalharam a colheita e podem prejudicar a qualidade da produção.
No mercado interno, os negócios com café continuam isolados ainda que os preços tenham esboçado recuperação diante do câmbio. (Veja mais informações abaixo)
Nesta sexta-feira, o contrato julho/17, referência de mercado, anotou 131,20 cents/lb com valorização de 190 pontos, o setembro/17 registrou 133,55 cents/lb com 190 pontos positivos. Já o vencimento dezembro/17 encerrou o dia com 137,05 cents/lb e avanço de 185 pontos e o março/18, mais distante, subiu 185 pontos, fechando a 140,45 cents/lb. Na véspera, as cotações da variedade fecharam com alta próxima de 50 pontos.
De acordo com o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado, recompras de posições por parte dos fundos e especuladores levaram as cotações a trabalharem acima de US$ 1,30 por libra-peso nesta sexta. No entanto, durante a semana várias informações impactaram os preços, principalmente sobre a oferta.
"Ideias de melhor produção mundial são vistas uma vez já que muitos olham para a cultura com maior otimismo com a colheita próxima. Também há ideias de que a demanda permaneça fraca uma vez que a maioria das torrefadoras ainda não está comprando muito em mercados à vista no mundo", disse em relatório na véspera o analista e vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, em referência ao atual momento do mercado.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou nesta sexta em relatório uma estimativa de produção de 52,1 milhões de sacas neste ano no Brasil. O número representa uma queda de 4 milhões de sacas ante a safra anterior. O adido traz que as "floradas adequadas e condições climáticas favoráveis na maior parte das regiões produtoras provavelmente vão contribuir para boas produtividades", mesmo em ciclo de bienalidade negativa.
Essa informação tranquilizou o mercado e fez com que os preços recuassem, já que a percepção inicial dos envolvidos era bem mais pessimista que isso.
Já do lado alista, repercutiu no mercado o clima nos últimos dias que prejudicou a colheita da safra 2017/18 em áreas produtoras de café de Minas Gerais e São Paulo nos últimos dias e também a secagem dos grãos que estavam no terreiro de alguns produtores, o que coloca em xeque a qualidade da produção. As precipitações chegaram a registrar acumulados de quase 100 milímetros no fim de semana em algumas áreas.
De acordo com estimativa da consultoria Safras & Mercado, até o dia 23 de maio a colheita da safra 2017/18 do Brasil estava em 15%. Na semana passada, a colheita estava em 11%. Levando em conta a estimativa da consultoria, de produção de 51,1 milhões de sacas de 60 kg neste ano no Brasil, já foram colhidas pelos produtores 7,44 milhões de sacas.
Segundo o analista de mercado da Safras, Gil Carlos Barabach, as chuvas atrapalharam o andamento da colheita na última semana. "Além de interromperem o trabalho de retirada do café dos cafeeiros, o excesso de umidade também prejudica a secagem. Muito café acabou caindo no chão, mas ainda é cedo para dimensionar prejuízos. Talvez, o principal impacto seja mesmo na qualidade da bebida. E, assim deve começar a aparecer mais café de bebida mais fraca no mercado", afirma.
O câmbio atuou como fator baixista e altista em vários momentos da semana na Bolsa de Nova York. O dólar comercial encerrou essa sexta-feira com baixa de 0,54%, cotado a R$ 33,2654 na venda, com cautela diante do cenário político brasileiro. Na semana, a divisa acumulou alta de 0,25%. A moeda impacta diretamente nas exportações da commodity já que as transações são feitas em dólar.
Informações reportadas pela agência de notícias Reuters no início da semana davam conta que o mercado acompanhava a preocupação da indústria de café está atenta com a possibilidade de oferta apertada do grão na Colômbia, maior produtor mundial de arábica de alta qualidade, diante de uma greve no Porto de Buenaventura. As chuvas intensas já prejudicaram a colheita no país.
A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) não funciona para o café na próxima segunda-feira (29) por conta do feriado Memorial Day.
Mercado interno
Os negócios com café seguiram isolados na semana mesmo com alguns preços mais altos sendo vistos e a produção da safra 2017/18 já no mercado em algumas praças, uma vez que a colheita atinge 15%. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), a retração vendedora ainda está presente no mercado e as incertezas econômicas e políticas no Brasil também assustam os produtores.
"Quanto ao ritmo de negócios, permanece lento no mercado físico, devido à retração vendedora e também às incertezas econômicas e políticas no Brasil", disse a instituição em nota.
No fechamento semanal, o balanço foi misto nas praças de comercialização verificadas pelo Notícias Agrícolas.
O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Patrocínio (MG) com queda de 1,06% (-R$ 5,00), encerrando a R$ 465,00 a saca. Guaxupé (MG) teve o maior valor de negociação no período dentre as praças com saca a R$ 505,00 e queda de 0,98% (-R$ 5,00).
No tipo 4, a maior variação na semana foi registrada em Franca (SP) com desvalorização de 4,08% (-R$ 20,00) e saca a R$ 470,00. A cidade teve maior valor de negociação no fechamento da semana junto com Varginha (MG) que teve queda de 1,05%no período (-R$5,00)
O tipo 6 duro teve maior oscilação no acumulado da semana em Franca (SP) com queda de 4,17% (-R$ 20,00) e R$ 460,00 a saca. A cidade de Araguari (MG) teve cotação mais expressiva com R$ 470,00 a saca.
Na quinta-feira (25), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 456,99 com alta de 0,86%.
  • Com previsão de chuva no Meio-Oeste e feriado nos EUA, milho tem semana com leves altas na CBOT
A semana foi ligeiramente positiva aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as cotações do cereal acumularam valorizações entre 0,47% e 0,58%. Já no pregão desta sexta-feira (26), os preços da commodity subiram entre 4,75 e 5,00 pontos. O julho/17 era cotado a US$ 3,74 por bushel, enquanto o setembro/17 era negociado a US$ 3,81 por bushel.
"Alguns comerciantes estavam vendendo soja e comprando posições de milho em meio ao clima mais úmido no Meio-Oeste americano, o que pode retardar a fase final de plantio do grão", destacou a agência Reuters internacional. Até o início dessa semana, 84% da área projetada para essa temporada havia sido cultivada, segundo dados oficiais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
As últimas projeções climáticas ainda indicam chuvas acima da média em grande parte do Corn Belt nos próximos 8 a 14 dias, de acordo com dados reportados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. No mesmo período, as temperaturas deverão permanecer dentro da normalidade.
Apesar de o plantio americano estar caminhando próximo do registrado no ano anterior, o mercado ainda especula sobre possíveis áreas de replantio. "As chuvas frequentes no Meio-Oeste dos EUA deixaram muitos campos de milho e soja não plantados ou com áreas inundadas que precisam ser replantadas", destacou o Agriculture.com.
"O milho está sendo protegido da queda que aflige a soja por fatores incluindo preocupações com as plantações nos EUA, graças às persistentes chuvas e pela perspectiva de que a área plantada será menor nesta temporada. Além disso, a segunda safra do Brasil ainda não chegou ao mercado", reportou o Agrimoney.com.
Além disso, os investidores também se prepararam para o final de semana prolongado no país. Na próxima segunda-feira (29), a Bolsa de Chicago não irá operar devido ao feriado do Memorial Day no país.
Mercado brasileiro
No mercado interno, as cotações do cereal cederam essa semana nas principais praças pesquisadas. No Paraná, as cotações recuaram 4,76%, nas praças de Ubiratã e Londrina, com a saca do cereal a R$ 20,00. Em Campo Grande (MS), a perda também ficou em 4,76%, com a saca do cereal a R$ 20,00.
Na região de Sorriso (MT), os valores também caíram, 3,85%, com a saca a R$ 12,50. No Oeste da Bahia, a saca caiu 3,19% e terminou a semana a R$ 22,75. No Porto de Paranaguá, a saca futura caiu 1,72% e encerrou a sexta-feira a R$ 28,50. Por outro lado, a saca subiu 11,11% em Rondonópolis (MT) e valor de R$ 20,00. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), o ganho ficou em 5,00% e a saca a R$ 21,00.
Ainda de acordo com os analistas, os compradores permanecem retraídos e aguardam a chegada da safrinha no mercado. Paralelamente, a crise vivida por um dos principais compradores de milho no mercado doméstico, o grupo JBS, deixou os vendedores ainda mais cautelosos nas vendas.
Em contrapartida, alguns especialistas ainda destacam que a alta recente do dólar contribuiu para melhorar a competitividade do milho no mercado internacional e alguns negócios foram realizados para exportação, mas não em níveis expressivos. A moeda norte-americana fechou a sexta-feira a R$ 3,2654 na venda, com queda de 0,54%.
"A moeda quebrou a sequência de dois pregões seguidos de alta, com os investidores ainda cautelosos com a cena política brasileira após a grave crise que afeta o governo do presidente Michel Temer", informou a Reuters. Na semana, o câmbio subiu 0,25%.
No acumulado do ano, de janeiro a abril, os embarques de milho somam 2,33 milhões de toneladas. Para essa temporada, a projeção oficial é que sejam exportadas 25,50 milhões de toneladas do grão, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Porém, além da instabilidade cambial, os produtores brasileiros ainda precisarão enfrentar a competição com os EUA e a Argentina, de acordo com os analistas. Ainda na tentativa de equilibrar o mercado, o Governo realizou mais três operações de apoio à comercialização essa semana.


Data de Publicação: 29/05/2017 às 10:20hs

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